Portugal de Norte a Sul, pela EN2 de bicicleta – Etapa 2: Viseu-Sertã 172 km

Depois de um sono reparador, fizemo-nos à estrada pelas 7h30 da manhã, confiantes que esta etapa não poderia ser pior do que a de ontem.

Por essa hora poucos foram os carros que encontramos na estrada, nesta manhã do Dia do Trabalhador. Tinhamos a estrada só para nós que partilhávamos com os Peregrinos que seguiam para Fátima, para as comemorações do dia 13 de maio.

Antes de chegar a Tondela, o cenário era tenebroso; árvores queimadas, cheiro a queimado e nevoeiro. Ao ver tanta árvore queimada cortada à beira da estrada, não conseguia deixar de pensar se os responsáveis desta tragédia, bem como aqueles que lucram com ela, não conseguem sentir uma pontinha de remorços e se nada lhes pesa na consciência… Tema que não irei aqui desenvolver porque vários foram os artigos que o LusoJornal publicou sobre ele.

Ainda antes de chegar a Tondela, com cerca de 20 km, Carlos foi deitado abaixo por um cão deixado solto à beira da estrada. Uma queda aparatosa que, se não fosse o capacete, poderia ter posto um ponto final na nossa aventura. Felizmente nada de grave, apenas uns arranhões e umas possíveis nódoas roxas amanhã.

Depois de Santa Comba Dão, perdemos o rasto da EN2 apagada pelo IP3 até Raiva, perto de Penacova. Para evitar de passar pelo IP3, perdemos imenso tempo para arranjar uma alternativa sem nos afastarmos muito do traçado da EN2. A travessia do Dão e do Mondego, teve mesmo de ser feito pelas pontes do IP3. Em Livraria do Mondego onde parámos para um leve almoço, o dono do snack-bar explicou-nos que uma parte do IP3 foi construído por cima de um pedaço da EN2, que a construção da Barragem da Aguieira inundou outro, e com ele a famosa Ponte Salazar.

A seguir a Penacova, seguimos para Góis sem grande dificuldade, com mais um pano de fundo desolador. A partir de Góis, que fica no fundo de um vale, voltámos a apanhar subidas longas e constantes para chegar a Pedrógão Grande. As subidas acabaram com o resto das nossas forças. Nem durante a longa descida até ao quilómetro 300, em Alvares, conseguimos recuperar forças, tornando penosa o resto da viagem.

Decidimos pousar as malas e descansar as bicicletas em Sertã, na pousada Vila Maior (que recomendamos a quem se aventura pela EN2), numa das ruelas das calçadas típicas da Sertã, que descobrimos por mero acaso.

Ficámos a cerca de 20 km do destino inicialmente previsto – Vila de Rei – porque as pernas já não tinham força suficiente e os quilómetros não desfilavam.

Esperamos amanhã conseguir recuperar o nosso pequeno atraso…

 

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