Anderson Emanuel, procura sucesso com leão ao peito

O avançado luso-angolano Anderson Emanuel, de 22 anos, chegou no verão 2018 ao Sochaux, clube da segunda divisão francesa de futebol, e tem sido o elemento mais utilizado com 20 jogos realizados com o leão ao peito, o símbolo do Sochaux que durante anos foi a propriedade da empresa de automóveis, Peugeot.

Anderson Emanuel disputou 20 jogos, 17 dos quais enquanto titular na Ligue 2, e já apontou um tento. O LusoJornal falou com o atleta que nasceu em Angola, mas que fez toda a sua formação em Portugal pelo Real Sport Clube, pelo Sporting Clube de Lourel, e pelo Varzim, antes de passar pela Espanha. Aliás, o passe do jogador pertence ao Deportivo Alavés, que o emprestou ao Sochaux, ele que entretanto também já passou pela Croácia.

O avançado luso-angolano falou com o LusoJornal da sua adaptação, das suas aventuras e dos seus objetivos para o futuro.

 

Como tem sido a experiência no Sochaux?

Tem sido uma boa experiência, o Sochaux é um grande clube. Temos passado por maus momentos, mas esses momentos têm que ser ultrapassados em equipa. É preciso lembrar que somos uma equipa composta por jovens, uma equipa completamente nova, mas tem sido uma grande experiência porque a segunda divisão é um escalão muito competitivo. Estou num bom clube. Estou concentrado com o Sochaux e quero que o clube saía da posição em que está porque merece estar num lugar muito mais alto [ndr: o Sochaux tem estado nos últimos lugares na tabela classificativa, ocupando neste momento o 17° lugar com 21 pontos].

 

O que tem sido mais complicado no Sochaux?

Acho que o frio é o mais complicado (risos). Quanto à língua, tudo está bem, comunicamos bem dentro do balneário, como dentro das quatro linhas, isso não é um problema, o frio é que é (risos).

 

Tem-se fixado no lado esquerdo do ataque…

Sinto-me bem nessa posição, estamos bem organizados e tento dar o meu melhor na ala esquerda. Posso talvez fazer ainda melhor, mas tenho-me sentido bem.

 

Como está o seu francês?

Já posso comunicar, sei algumas palavras e já dá para falar com os colegas de equipa franceses. Com o tempo e com a convivência, aprende-se rápido.

 

Qual é o objetivo que tem o Anderson no Sochaux?

O principal objetivo é aprender e ganhar experiência. É mais uma oportunidade para mim. Quero crescer como jogador, quero evoluir como pessoa, são estes os meus objetivos. Quanto ao resto, logo se verá.

 

Jogou no Varzim. Desde que saiu, como tem evoluído o Anderson?

Por todos os clubes por onde vou passando, vou adquirindo experiência e aprendendo com companheiros e treinadores. Posso dizer que sinto uma boa evolução da minha parte.

 

Já passou por várias ligas, quais são as diferenças?

A principal diferença é a intensidade de jogo, ter que pensar mais rápido dentro das quatro linhas, mas no fim, isto é tudo futebol. Se estás preparado, estás, se não estás, não estás, simplesmente. Passas por bons e maus momentos, mas a única coisa que é diferente entre as ligas é a intensidade de jogo. Aqui em França tens que pensar rápido.

 

Qual é a Liga mais ‘dura’?

Acho que a Liga mais dura por onde passei até agora é a segunda divisão francesa sem dúvida. É uma Liga muito física, corre-se muito, há jogadores muito potentes, por isso acho que é a mais difícil até agora.

 

Foi a boa escolha sair de Portugal?

Claro que sim. Fui para fora, apostaram em mim, e foi uma boa escolha, não estou arrependido de nada. Futebol é isto, são oportunidades.

 

Tem a dupla nacionalidade, angolana e portuguesa?

Sim, tenho essa dupla nacionalidade. Cresci a maior parte da minha vida em Portugal, mas também me sinto Angolano porque nasci lá.

 

Mantém ligações com Angola?

Claro que sim, porque ainda tenho família em Angola. São ligações que nunca quero perder. Aliás a Seleção angolana está próxima de se apurar para o Campeonato Africano das Nações, isso seria bom para o país e para a Seleção.

 

 

LusoJornal