Angoulême: Élizète Rua Fernandes diz que “a Comunidade portuguesa sempre foi fiel e não deixará de cultivar as suas raízes associativas”

A Associação Amizade Franco-Portuguesa de Angoulême e da Charente (AAFPAC) foi criada há 39 anos, mas nunca tinha estado tanto tempo inativa como atualmente.

As aulas de língua portuguesa e francesa são a principal atividade da associação que também organiza os ensaios e apresentações de folclore, jantares com baile e de um Festival anual de folclore.

A Presidente da AAFPAC, Élizète Rua Fernandes diz ao LusoJornal que acredita que os sócios voltem à associação depois da pandemia.

 

Qual o impacto do confinamento para a associação?

O impacto principal do confinamento e das medidas sanitárias que resultaram do Covid-19 foi a anulação dos vários eventos que a associação tinha previsto organizar nestes últimos meses e nos próximos, como por exemplo jantares com baile, festival anual do nosso grupo, animações de eventos, participação em festivais de outros grupos… Tivemos que fechar o nosso local associativo e todas as atividades internas: ensaios de folclore e de música, aulas de língua para adultos, ajuda administrativa e convívio dos sócios. Também adiámos a nossa Assembleia geral para eleições da nova Direção.

 

Este confinamento trouxe problemas financeiros para a associação?

Por enquanto temos equilibrado as finanças, mas podem vir a ser complicadas a gerir nos próximos meses. Vamos ter que nos desfazer de uma grande parte do nosso stock, comprado para os eventos do ano e temos encargos anuais a pagar, como por exemplo faturas de compras e seguro do nosso local e dos nossos sócios. Avaliar essas perdas é difícil… mas poderá atingir os 2.000 euros.

 

Solicitaram apoios?

Vamos solicitar apoio da Mairie, sim, para nos aliviar de certas despesas dependentes do nosso local, que pertence precisamente à Mairie. O Consulado de Portugal ajuda principalmente as associações sociais e não entremos neste caso.

 

Quando espera que a associação volte às atividades?

Esperemos voltar em setembro ou outubro, com todos os cuidados e logo que for possível, voltaremos à normalidade. Queremos voltar precisamente às atividades permanentes da associação: as aulas para adultos – que desde março têm continuado pela internet -, as aulas AES de nível colégio e liceu – que voltam a começar em Angoulême, em setembro -, os ensaios do rancho folclórico e os convívios dos sábados à noite.

 

Precisamente, acha que o público vai continuar a frequentar as associações?

O público vai continuar a frequentar as associações sem dúvida, mesmo se demorar algum tempo. A Comunidade portuguesa sempre foi fiel, e não deixará de cultivar as suas raízes associativas, de conviver com os amigos e familiares no seio delas. As festas permitem isso e esperemos que continuem.

 

A sua associação serve refeições. Acha que vão poder continuar a fazê-lo?

A associação serve refeições durante os seus jantares com baile, no seu festival anual de folclore e na festa do S. Martinho, mas por enquanto não se pode organizar nada com antecipação. Temos de esperar as próximas diretivas das autoridades e depois segui-las. É uma das principais fontes de receita que alimenta a nossa associação, por isso tememos que não se possam organizar proximamente.

 

Depois da pandemia, o que pode mudar no movimento associativo português?

O movimento associativo português vive altos e baixos e já sofria bastante de um certo cansaço da voluntariedade devido à carga de trabalho, às dificuldades de encontrar e alugar salas, de contratar bons grupos para animar, juntar povo suficiente, sustentar as finanças, etc. Depois deste mau tempo de escuridão e de dúvidas “Covidianas”, temos esperanças de um futuro de amanhã em que todos voltamos a conviver nas associações e que estas tomem forças para reagir e superar as dificuldades da volta à realidade.

 

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