Exposição de 12 artistas portuguesas inaugura amanhã em Pontault-Combault

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A invisibilidade dos estudos de género e das teorias e práticas geradas por mulheres, está no centro de uma exposição com obras em fotografia de 12 artistas portuguesas a inaugurar este sábado, em Pontault-Combault (77).

Intitulada “La Vie Invisible”, a exposição tem curadoria de Raquel Guerra e reúne obras de Ana Janeiro, Bárbara Fonte, Brígida Mendes, Ção Pestana, Carla Cabanas, Graça Sarsfield, Júlia Ventura, Manuela Marques, Margarida Paiva, Rita Barros, Rita Castro Neves e São Trindade.

O Centre Photografique d’Île de France (CPIF) será o espaço de acolhimento desta mostra, inaugurada amanhã, às 15h00, e cuja programação também contempla uma performance da artista Ana Janeiro e uma mesa-redonda com a presença das artistas e da curadora, Raquel Guerra.

“Nas últimas décadas do século XX, os estudos de género, nas suas múltiplas perspetivas, concentraram-se em práticas e teorias artísticas concebidas, pensadas e geradas por mulheres. Muitas mulheres-autoras-artistas têm aprofundado e ampliado questões que refletem as suas convicções e estabelecem intenções. No entanto, esse corpo de trabalho, esse pensamento, essa reflexão, permanecem pouco conhecidos”, contextualiza um texto da curadora enviado à Lusa.

Neste contexto, o CPIF convidou Raquel Guerra para a curadoria de uma exposição sobre o tema, que projetou um conceito cujo título toma emprestado do livro da autora brasileira Martha Batalha, “A vida invisível de Eurídice Gusmão”.

A mostra apresenta o trabalho de 12 artistas portuguesas de diferentes gerações, que utilizam a fotografia como ferramenta operacional e trabalham a imagem no sentido lato do termo, segundo a curadoria.

Visões da mulher como ser passivo e submisso, por oposição ao homem que demonstra poder, força e ação, domina uma cultura que limita a expressão feminina, aponta ainda o texto de Raquel Guerra sobre a exposição.

A mostra pretende ser uma “reflexão sobre a condição feminina, sobre a condição de artista mulher, sobre a condição de ser artista mulher em Portugal, país onde os direitos mais básicos estão longe de serem respeitados entre os géneros”.

“A invisibilidade é uma construção […] resulta do não reconhecimento do outro por razões culturais. A invisibilidade, ao contrário da cegueira, não é um dado biológico. Na sociedade atual, caracterizada pela insaciabilidade visual, ser invisível tende a significar inexistência ou insignificância. Nesse sentido, a invisibilidade pode vir ora de um ato voluntário e consciente, ora de um ato inconsciente resultante de uma construção social arraigada, estrutural e quase universalmente aceite”, sustenta ainda o texto.

O projeto é apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian – Delegação em França, que o financiou no âmbito do programa Expositions Gulbenkian de apoio à arte portuguesa junto de instituições artísticas francesas.

A exposição “La Vie Invisible” vai estar patente até 17 de junho no CPIF.

 

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LusoJornal