LusoJornal / Luísa Semedo

Sara Tavares encantou Paris no Festival Fil des Voix

O Festival au Fil des Voix em Paris, foi ontem palco, das vozes lusófonas das cantoras Agathe Iracema e Sara Tavares na sala do Alhambra. O Festival que já vai na sua 11ª edição, tem como objetivo ser uma vitrine das grandes vozes do mundo, um encontro anual do estilo musical World Music.

Agathe Iracema, cantora franco-brasileira, ofereceu um bonito espetáculo de bossa nova e jazz sóbrio, disciplinado e perfecionista, acompanhada simplesmente ao piano.

Sara Tavares encheu o palco com o seu grupo de músicos, a sua energia e a sua exuberância subtil.

A cantora, nascida em Lisboa em 1978, de pais caboverdianos, apresentou o seu mais recente trabalho, o album «Fitxadu» – que significa em português «próximo» – onde mistura sonoridades de vários continentes cantados em português e crioulo de Cabo Verde. O album, estreado em outubro de 2017, conta com as colaborações na composição, produção e interpretação de artistas como Nancy Vieira, Kalaf Epalanga, Manecas Costa, Boddhi Stava, Princezito, Paulo Flores e do cantor angolano Toty Sa’Med que a acompanha num dos singles de maior sucesso do album «Brincar de Casamento». A cantora declarou à RFI que este álbum tem «uma nova sonoridade, mais urbana (…) uma experiência com mais eletricidade na música, mantem-se a sonoridade rítmica afro, mas também há um pouco mais de eletrónica».

Sara Tavares tinha ficado conhecida do grande público depois da sua vitória no concurso televisivo português «Chuva de Estrelas» em 1994, com uma imitação da célebre cantora Whitney Houston. No mesmo ano representou Portugal no Festival da Eurovisão com a canção «Chamar a Música», escrita por Rosa Lobato Faria onde obtem o oitavo lugar, um dos melhores lugares alcançados até então por uma canção portuguesa. Entretanto produziu cinco álbuns e colaborou com artistas como Nelly Furtado, Buraka Som Sistema, António Chainho, Richie Campbell, Tiago Bettencourt e Uxia.

A artista, agora com quarenta anos e mais de vinte anos de carreira, chegou à maturidade da sua mestria vocal e está como peixe na água em palco, em cumplicidade com a sua banda de músicos igualmente experimentados.

Pediu desculpa ao público por não saber falar francês apesar de compreender, mas de vez em quando fez sorrir o público com o seu esforço em falar a língua de Molière. A sala do Alhambra conhecia as letras das canções e acompanhava fielmente a cantora. No «encore» pediu o single «Coisas Bunitas» que já teve mais de um milhão de vizualizações na plataforma digital YouTube.

O concerto acabou com o público – uma mistura de lusófonos e franceses – em pé, a dançar e a cantar.

No final Sara Tavares prestou-se à assinatura de autógrafos e de fotos com os seus fãs, tomando tempo para falar calmamente com cada um. Depois de Paris, a cantora volta a Portugal para mais concertos.

 

 

LusoJornal