Saúde: Depressão no Inverno_LusoJornal·Saúde·23 Fevereiro, 2024 O inverno, com suas noites mais longas e temperaturas mais baixas, pode trazer consigo desafios emocionais para muitas pessoas. A depressão sazonal, caracterizada por sintomas semelhantes à depressão clínica, mas que ocorrem em determinadas épocas do ano, é frequentemente associada aos meses mais frios. É importante reconhecer os sinais de depressão sazonal e procurar apoio quando necessário. Ao compreender e abordar os desafios sazonais da depressão, é possível melhorar significativamente a qualidade de vida durante os meses mais frios. Este artigo examina de perto a interseção entre a depressão e a estação mais fria, destacando os fatores que contribuem para esse fenómeno e estratégias para enfrentá-lo. . 1 – A conexão entre clima e estado de espírito: Um dos fatores-chave é a redução da exposição à luz solar, o que afeta o ritmo cardíaco e a produção de melatonina, serotonina, hormonas reguladoras do sono e humor. A falta de luz solar pode contribuir para alterações no humor e na energia, intensificando sentimentos de tristeza e fadiga, contribuindo assim para o surgimento da depressão sazonal. A influência do clima no bem-estar mental é evidente, e o inverno muitas vezes intensifica esse impacto. A falta de luz solar, as temperaturas mais baixas e a tendência de se recolher podem desencadear ou agravar sintomas depressivos. . 2 – O papel da Vitamina D: A diminuição da exposição solar no inverno pode resultar em níveis mais baixos de vitamina D, associados a um maior risco de depressão. A suplementação e a incorporação de alimentos ricos em vitamina D tornam- se medidas importantes. . 3 – Isolamento e solidão: O inverno muitas vezes traz consigo uma sensação de isolamento, com atividades ao ar livre limitadas e o desejo de se recolher em casa. O isolamento social pode agravar a depressão, destacando a importância da conexão com outras pessoas. A solidão e o isolamento social são fatores conhecidos no desenvolvimento e agravamento da depressão. Manter conexões sociais, mesmo que virtualmente, pode ser fundamental para preservar o equilíbrio emocional durante os meses mais frios. . O inverno muitas vezes limita as atividades ao ar livre, levando a uma diminuição da prática de exercícios físicos. A atividade física desempenha um papel crucial na regulação do humor, libertando endorfinas que promovem sensações de bem-estar. A falta de exercício durante o inverno pode exacerbar os sintomas depressivos. A socialização também pode ser afetada, pois as pessoas tendem a passar mais tempo em ambientes fechados. . Estratégias para enfrentar a depressão no Inverno: a) Fototerapia: envolve a exposição a uma luz brilhante para compensar a falta de luz solar, é uma abordagem eficaz para combater os efeitos do inverno na saúde mental. b) Exercício regular: a atividade física liberta endorfinas, ou seja, neurotransmissores que elevam o humor. Mesmo atividades simples, como uma caminhada diária, podem ter um impacto positivo. c) Cuidado com a alimentação: a inclusão de alimentos ricos em omega-3, vitaminas e minerais podem apoiar a função cerebral e melhorar o equilíbrio emocional. d) Conexão social: combater o isolamento é crucial, participar em atividades sociais, mesmo virtuais, e manter conexões significativas ajuda a mitigar o impacto emocional do inverno. e) Psicoterapia: pode ser recomendada e em alguns casos intervenções terapêuticas podem ser necessárias para a melhoria da saúde mental. Prevenir e/ou enfrentar a depressão no inverno pode requer uma abordagem multidisciplinar. . Conclusão: Enquanto o inverno pinta paisagens de beleza gélida, não podemos ignorar os desafios que essa estação traz para a saúde mental. Reconhecer a depressão no inverno como uma realidade válida é o primeiro passo para encontrar estratégias eficazes e trazer um calor renovado aos meses mais frios. Com compreensão, apoio e intervenções apropriadas, é possível iluminar os dias sombrios e enfrentar a depressão sazonal com resiliência. . Dra. Ana Martinho Psicoterapeuta Clínica Pilares da Saúde