Concerto de Fado na ACPS de Strasbourg marca arranque das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril

No sábado passado, um grupo de entusiastas portugueses empenhados lançaram as festividades comemorativas do 50º aniversário da Revolução dos Cravos com um programa “atrativo e autêntico”. Uma casa cheia partilhou a história de um país, a sua gastronomia e, sobretudo, um concerto de fado.

A Associação Cultural Portuguesa de Strasbourg (ACPS), com a sua Presidente Elisabeth Rodrigues, organizou o evento em conjunto com a Cônsul-Geral de Portugal em Strasbourg, Patrícia Gaspar, o Representante Permanente de Portugal junto do Conselho da Europa, Gilberto Jerónimo e Sara Santos, uma professora de português que leciona nas escolas primárias e secundárias de Strasbourg.

“Unir forças e fazer algo maior com um impacto maior” é o objetivo alcançado por estes entusiastas da cultura portuguesa.

Sara Santos propôs um atelier pedagógico a cerca de trinta alunos. A ideia era “pôr em evidência a ideia de liberdade de cada um”, e o resultado é um grande friso de postais onde cada jovem da escola primária ou do liceu internacional Vauban, em Strasbourg, escreveu as suas emoções e sentimentos em palavras e ilustrações.

Alfonso, um aluno do 4º ano, trouxe a sua família partilhar a sua citação: “Não ser racista é um pilar da liberdade”, porque se apercebeu que há muito racismo em algumas turmas. A professora está fortemente empenhada neste projeto porque “os jovens de hoje são o futuro e temos de os consciencializar de que a liberdade é algo que nunca podemos tomar como garantido”!

A sala foi também revestida de cartazes com fotografias de arquivo da Revolução dos Cravos. Aqui pode ficar a conhecer a história da Revolução, incluindo o facto dos cravos, as flores da época, terem sido oferecidos aos soldados por um vendedor de uma loja em Lisboa. Este cravo vermelho, que viria a tornar-se um símbolo, foi introduzido no cano das suas armas. Representa o fim pacífico do regime totalitário que governava Portugal.

Esta comemoração é também uma oportunidade para recordar que a França acolheu uma grande Comunidade portuguesa antes da Revolução, bem como exilados políticos. Os Portugueses descobriram a democracia em solo francês.

“Os organizadores tiveram a ideia de oferecer uma noite de fado e houve uma verdadeira loucura por esta forma de arte”, explica Elisabeth Rodrigues, a Presidente da ACPS.

A prova é que o concerto teve lotação esgotada, com cerca de 200 pessoas a ouvir a cantora Joana de Deus, de Lisboa, acompanhada por Miguel Braga na guitarra portuguesa e Joaquim Caniço na guitarra francesa. Joana canta com o coração e a alma, e este trio, liderado pela bela fadista que canta canções populares, conquistou rapidamente o público!

Um evento que continua a criar e a reforçar os laços entre os povos e os países. Outros eventos vão seguir, como uma exposição fotográfica, filmes e poesia…

LusoJornal