Saúde: A doença mental é comum


Todas as formas de sofrimento pessoal podem traduzir um problema a necessitar de avaliação e tratamento. A doença mental pode impedir o indivíduo de lidar com os desafios normais da vida, conseguir trabalhar de forma produtiva e manter relações com os seus pares, familiares e amigos.

Se o preconceito de frequentar um psicólogo existe, tudo é pior quando se fala do psiquiatra. O psicólogo pode fazer “terapia” e ajudar a melhorar o nosso bem-estar.

Não implica doença. Pode até “ficar bem” ter um psicólogo. A psiquiatria ainda é muito associada aos hospícios e à doença mental grave. A cronicidade, a ausência de retorno. E depois há a medicação. Os psiquiatras “só” receitam medicação. O doente entra, o Psiquiatra tira um papel cheio de linhas e preenche-o até abaixo. Volte cá se não melhorar. O psiquiatra só serve para receitar muitos remédios, não há um diagnóstico, não há interesse da parte dele em perceber o que se passa, encaminhando para psicólogos logo de seguida. Os medicamentos são químicos e provocam dependência. Esses medicamentos provocam demência, engordam, emagrecem, dão sono, tiram a líbido.

Mas hoje venho contar-vos a minha perspetiva.

A doença mental é comum. A doença mental não é uma doença do outro. A doença mental não é falta de vontade. A doença mental tem diagnóstico. A doença mental tem tratamento. O tratamento é eficaz, não dá dependência, não tem efeitos secundários enormes e irreversíveis.

E o Psiquiatra. O Psiquiatra não é estranho nem esquisito. O Psiquiatra é um médico. Não usa uma bola de cristal, usa livros, muitos livros. Precisa de colher uma história clínica detalhada como qualquer outro médico.

Não usa o estetoscópio, mas faz um exame do estado mental por meio da observação cuidadosa de aspetos do comportamento, discurso, humor, atenção e outros. E às vezes precisa de pedir exames complementares de diagnóstico para tirar dúvidas. Não medica sempre, medica às vezes.

Qualquer tratamento é sempre discutido com o doente. Trabalha em conjunto com o Psicólogo. Mostra interesse. O estigma é um lugar-comum. É de alguém que não eu, é sempre do outro, distante, de fora, mas persiste. O principal motivo para o estigma é a falta de conhecimento. As pessoas tendem a evitar o que não conhecem. O principal antídoto para o combate ao estigma é a informação. Temos que ter a coragem de procurarmos ajuda e nos informarmos.

A Psiquiatria é a especialidade que se dedica à prevenção, diagnóstico e tratamento das perturbações mentais, emocionais ou comportamentais, como por exemplo:

– Depressão e/ou Ansiedade

– Ataques de Pânico

– Perturbação obsessiva-compulsiva

– Alterações do sono e/ou do apetite

– Depressão Pós-Parto

– Doença bipolar

– Esquizofrenia

– Demência

– Dependência de substâncias

– Hiperactividade e Défice de atenção

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Dra. Maria Moreno

Médica Psiquiatra

Clínica Fisiogaspar em Lisboa

LusoJornal