Lusa | António Cotrim

Festival d’Avignon: Porque razão Tiago Rodrigues apelou a votar contra a Extrema-Direita?


No início da edição deste ano do Festival d’Avignon, a poucos dias da primeira volta das eleições francesas, na conferência de abertura, o Diretor do festival de teatro mais conhecido no mundo, o português Tiago Rodrigues, apelou ao voto contra a Extrema-direita em França. Em entrevista à Lusa, na altura, lembrou os valores do certame, “um festival republicano, democrático, progressista, ecologista, feminista e antirracista”.

Para o encenador e dramaturgo português, a Extrema-direita e a União Nacional de Marine Le Pen seriam “uma ameaça não apenas para a diversidade de visões do mundo que dá forma ao Festival e para a liberdade de expressão que é o coração do evento”, mas também “uma ameaça à democracia francesa”.

No seu apelo público ao voto contra a Extrema-direita, Tiago Rodrigues afirmou: “Sou filho de um jornalista exilado em França nos anos 60 para escapar à perseguição da ditadura fascista em Portugal. Além do dever para com Jean Vilar [fundador do Festival] e todas as equipas do Festival d’Avignon, devo ao meu pai – e à França que o acolheu – esta responsabilidade de apelar a travar a Extrema-direita”.

Em vésperas da segunda volta das eleições que deram vitória à Frente Popular e deixaram o partido de Marine Le Pen em terceiro lugar, Tiago Rodrigues organizou uma programação especial “contra a Extrema-direita”, a que deu o nome de “La nuit d’Avignon”. À iniciativa juntaram-se a Cidade de Avignon, sindicatos de trabalhadores de espetáculos e os artistas do Festival.

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