Lusa | José Sena Goulão

Paris’24: Diana Gomes é a Adida da Missão portuguesa aos Jogos Olímpicos


A antiga nadadora Diana Gomes acumula o cargo de Presidente da Comissão de Atletas Olímpicos (CAO) com o de Adida da Missão portuguesa aos Jogos Olímpicos Paris2024, um papel que garante vai assumiu a “200, 300, 400%”.

“Qual é que é o papel que a adida tem? No meu caso, vou estar a acompanhar os atletas no que a Missão, ou o que o Chefe de Missão Marco Alves ou a Catarina Monteiro, Adjunta do Chefe de Missão me digam que eu tenho que fazer. Se é para ir acompanhar este atleta, se é para fazer esta parte do trabalho, o que me disserem para fazer e onde me disserem para estar, é aí que eu vou estar e vou estar nessa missão a 200, 300, 400%”, garantiu, em entrevista à Lusa, antes de vir para Paris.

Diana Gomes partilha o papel de Adido com o ex-futebolista Pauleta, que é uma figura da capital francesa, depois de uma passagem de grande sucesso pelo Paris Saint-Germain.

“Eu creio que ele vai estar numa posição um pouquinho mais, também a acompanhar os atletas, mas com um posicionamento mais para com a Comunidade portuguesa que está em Paris. Portanto, ele é um emblema lá na cidade de Paris e acho que isso é muito simbólico”, disse.

Diana Gomes assegura que Pauleta “é extremamente humilde” e que “também já está a ficar com o espírito olímpico dentro dele”.

Para este papel de Adida, Diana Gomes pôs “tudo em ‘stand-by’”, inclusivamente sendo forçada a pôr férias, “mas vale a pena”, acreditando que nos dois últimos anos e meio tem “crescido muito a nível pessoal e a nível profissional”.

“Uma parte de mim, porque esta parte também é uma profissão, tem crescido muito, tenho aprendido muito, tenho desenvolvido imenso e sinto que também à Comissão tenho dado bastante de mim e que a Comissão também está a crescer com isso, felizmente”, afirmou.

Diana Gomes vai deixar a Presidência da CAO, pois já não se pode candidatar – os atletas só podem candidatar-se nos três ciclos olímpicos posteriores à sua última participação -, mas vai aproveitar Paris’24 para passar algumas das experiências que teve em Atenas2004, três semanas depois de fazer 15 anos, e Pequim2008.

“Nós agora temos metade da missão que são estreantes e eventualmente a esses posso tentar passar-lhes uma mensagem e uma palavra de tranquilidade, de que aproveitem bem aquele momento”, assumiu.

Diana Gomes admite que “é difícil, vai ser tudo muito enervante, muito stressante”, mas refere que o importante é que “acima de tudo possam absorver o melhor e da melhor forma aquele momento, porque é o que vai ficar dos primeiros Jogos”.

“Eu lembro-me de estar demasiado nervosa e de, se calhar, isso me ter apagado da memória algumas partes que eu gostaria de ter guardado. Conseguirem dar uma forma dentro do stress, respirar fundo, porque o que vai ficar depois para os outros ciclos olímpicos e os outros Jogos é essa experiência, então é isso que eu vou tentar transmitir-lhes”, afirmou.

Diana Gomes disse que se sentiu “uma formiga em Atenas” e que chegou a questionar-se, ao ter nadadoras com o dobro da sua idade ao seu lado, se pertencia ali, se merecia estar naquela posição. “E quando entrei na água, percebi que sim. Percebi que sim, que estava a fazer aquilo que sabia fazer e foi magnífico. Portanto, essa memória está bem guardadinha, bem congelada”, garantiu.

Nuno Filipe Ortega, Lusa

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