Lusa | Luís Forra

Paris’24: Porta-estandarte Ana Cabecinha foi mãe há 3 meses e participa hoje nos 20 km marcha


Hoje começam as provas de atletismo dos Jogos Olímpicos de Paris e a marchadora Ana Cabecinha está neste momento a percorrer a capital francesa nos 20 km marcha, depois de ter sido porta-estandarte da Missão portuguesa na cerimónia de abertura dos JO de Paris’24.

Antes da cerimónia de abertura, a atleta dizia que “hoje é o grande dia, hoje vamos ter a abertura dos Jogos Olímpicos. Estou com um ‘bichinho’, parece que vou competir hoje, porque é uma adrenalina, uma emoção imensa e um orgulho”, disse aos jornalistas, no Aeroporto de Faro antes de vir para Paris.

Ana Cabecinha, que contabiliza a sua quinta presença olímpica, lembrou que nunca esteve numa cerimónia de abertura e a sua estreia foi a fazer dupla com o canoísta Fernando Pimenta como porta-estandartes portugueses no evento que teve como palco o rio Sena.

A atleta, de 40 anos, sustentou que “o simples facto de estar presente nos Jogos Olímpicos de Paris, de competir, de estar na linha de partida e esperar estar na linha de chegada”, já é uma vitória, tendo em conta que foi mãe no início de maio, com um parto de cesariana, que atrasou a preparação. “Foi por isso que nós treinámos nestes últimos três meses depois de ter sido mãe. Claro que foi uma luta diária, com um recém-nascido, e por ter um curto espaço de tempo para me preparar, mas tem sido gratificante e motivador. Estou muito feliz neste Jogos, são uns Jogos completamente diferentes para mim e estou felicíssima”, declarou.

Na prova feminina dos 20 quilómetros marcha, que tem lugar hoje, o resultado é o que menos contará, garante a atleta, que viajou com o treinador, o marido e o pequeno Lourenço. “O objetivo é só mesmo concluir, é acabar, ter a minha experiência dos meus quintos Jogos Olímpicos. Não tenho expectativas nenhumas de resultado, porque foi muito pouco tempo o que consegui treinar”, afirmou, reforçando que será “inédito” uma atleta competir num espaço de tempo tão aproximado do parto.

Para a marchadora do Clube Oriental de Pechão, Paris’24 representa o final da sua carreira profissional, que nos Jogos Olímpicos teve como pontos altos o sexto lugar no Rio2016 e o oitavo posto em Londres2012 e Pequim2008.

“É um ponto final. Como atleta profissional, é um ponto final. Por isso, também fiz mais gosto e tentei mesmo estar em Paris, porque queria acabar num grande palco. Claro que queria acabar com um grande resultado, não é de todo o que vai acontecer, mas acabar a carreira nos Jogos Olímpicos, qual é o atleta que não espera ter esse sonho realizado? E eu vou tê-lo: acabar a carreira, cinco Jogos Olímpicos, porta-estandarte, o meu filho à minha espera no final. Eu só posso estar felicíssima por estes Jogos Olímpicos”, concluiu.

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