20 anos do LusoJornal: “Trabalhar no LusoJornal foi um desafio apaixonante”


Mensagem de Clara Teixeira,
Cofundadora do LusoJornal, ex-jornalista

.

20 anos! Quem diria?

Quem acreditava em 2004, neste projeto jornalístico fundado por 4 indivíduos, cada um com as suas competências e que pudesse sobreviver duas décadas, tornando-se num dos jornais mais lidos e mais próximos da comunidade lusófona em França?

Confesso que eu própria duvidei um pouco!

Com efeito o mundo da comunicação social na área das Comunidades conheceu antes e depois da criação do LusoJornal, muitos outros projetos jornalísticos efémeros, que não conseguiram vingar.

Quando me convidaram para integrar esta nova aventura, aceitei, talvez com alguma inocência, sem olhar para trás, entusiasmada pelo novo desafio que me esperava de braços abertos. E foi assim que eu, Clara Teixeira, diplomada da faculdade de letras, totalmente desconhecida, muito naturalmente entrei no círculo das Comunidades entrevistando diariamente uns mais conhecidos e outros menos: desde empresários, artistas, políticos, dirigentes associativos, instituições, etc., tentando cobrir a atualidade lusófona, dia após dia, de forma fiel e neutra.

O que me surpreendeu de imediato, foi efetivamente o encontro com os Portugueses ou oriundos das Comunidades lusófonas em todas as áreas profissionais, ocupando muitos deles cargos bastante conceituados ou de grande dimensão e foi também esse o papel do LusoJornal: querer mudar o rosto das Comunidades, mostrando a sua diversidade e a sua riqueza por toda a França e não só na região parisiense, dando a conhecer aos seus leitores todos estes atores que por sua vez também utilizaram o jornal para comunicar as suas atividades.

Pouco a pouco, o LusoJornal começou a ganhar peso e a multiplicar a sua visibilidade, e hoje é um título incontornável no panorama da imprensa portuguesa no estrangeiro.

Contudo, nem tudo foi fácil, um jornalista não tem horário, foi o resultado de muitos esforços físicos e financeiros, de sacrifícios de dia como de noite, sem esquecer os fins-de-semana.

Trabalhar no LusoJornal foi um desafio apaixonante, mas bastante complexo, desde o primeiro dia: manter um semanário gratuito, vivendo apenas do espaço publicitário, era algo impensável, mas conseguimos!

Porém, a palavra-chave de todo este projeto, tem um nome, que é precisamente o seu principal fundador: Carlos Pereira. Foi graças ao seu trabalho incansável, à sua maleabilidade e uma energia exemplar, que o projeto vingou e continua a alimentar uma herança valiosa no seio das Comunidades.

Obviamente que não posso esquecer os numerosos patrocinadores que apostaram em nós, os colaboradores profissionais ou simplesmente locais, que contribuíram para dar vida e sucesso ao LusoJornal. Tudo isto é o fruto de uma equipa.

São muitas as recordações que guardo dos 10 anos da minha colaboração e que jamais esquecerei, nomeadamente às segundas-feiras à noite, no fecho da edição semanal costumava levar à tipografia, a 40 km do escritório, o CD de forma a ser impresso e ser distribuído à quarta-feira de manhã.

Houve uma semana em que cheguei muitíssimo atrasada, devido ao forte trânsito e recordo-me ter telefonado a implorar para que esperassem por mim! Hoje acredito que o patrão da gráfica deve ter tido pena de mim… penso que esta anedota nunca cheguei a contar… hoje com as novas tecnologias tudo seria mais simples, mais rápido.

Não obstante já não fazer parte da equipa do LusoJornal, guardo um carinho muito forte por este órgão de comunicação e não posso deixar de agradecer ao Carlos Pereira que me ensinou muito profissionalmente desde o início, que sempre confiou e apostou em mim, dando-me asas mais tarde para voar para novos horizontes.

Parabéns ao LusoJornal e que venham mais 20!

LusoJornal