Saúde: Amigdalite, o que é e como tratar?


Na amigdalite, geralmente, as crianças apresentam febre e dor de garganta. Pode ser causada por vírus (adenovírus, enterovírus) ou por uma bactéria (Streptococcus pyogenes também conhecido como Strepto A). Na amigdalite viral pode haver ranho, tosse, diarreia, aftas ou “borbulhas” (vesículas) na garganta.

Tipos de amigdalite

A amigdalite bacteriana caracteriza-se por febre mais alta, causa maior desconforto à criança e, por norma, surge depois dos três anos de idade. Deve ser medicada com antibiótico (nos primeiros dez dias de doença), sobretudo para prevenir a complicação de febre reumática.

Nem sempre é fácil distinguir clinicamente uma amigdalite viral de bacteriana. É fundamental a observação clínica pelo Pediatra e, quando justificado, a realização de um teste rápido de pesquisa de antigénio do Strepto A na orofaringe (zaragatoa).

A escarlatina é um tipo de amigdalite bacteriana (também causada pelo Streptococcus pyogenes) acompanhada por um exantema típico, áspero no tronco, com reforço axilar e inguinal, e face vermelha. Tal como a amigdalite bacteriana, tem indicação para evicção escolar até 24 horas após iniciar o antibiótico.

Como tratar a amigdalite

O tratamento antibiótico da amigdalite bacteriana e da escarlatina pode ser oral (sendo fundamental cumprir a duração recomendada pelo médico) ou penicilina intramuscular. A penicilina é particularmente indicada para crianças que vomitam, que tomam muito mal os antibióticos, que têm amigdalites de repetição (porque mantém a cobertura antibiótica durante três semanas) ou com antecedentes de febre reumática.

Seja viral, ou bacteriana, o tratamento sintomático é importante, com a ingestão de alimentos frios e alívio da febre ou dor de garganta, com paracetamol e ibuprofeno em doses adequadas ao peso. As crianças deverão ficar em casa até estarem 24 horas sem febre e conseguirem ter uma alimentação normal.

A mononucleose infeciosa é um tipo viral diferente, geralmente causado pelo vírus Ebstein-Barr, que se caracteriza por uma febre mais prolongada (menos alta que na amigdalite bacteriana), pelo aumento do volume dos gânglios linfáticos, fígado ou baço e cansaço. Estes sintomas muitas vezes são mais exuberantes nos adolescentes.

O diagnóstico é confirmado por análises ao sangue. Pode ser necessário repouso e evitar desportos de contacto na fase de recuperação quando existe um aumento das dimensões do fígado ou do baço.

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Dra. Isabel Saraiva de Melo

Coordenadora da Pediatra na Clínica da Mulher e da Criança do Hospital Cruz Vermelha

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