Lusa / Filipe FarinhaGoverno promete fazer reforma no ensino de português no estrangeiro em 2025Carlos Pereira·Ensino·5 Dezembro, 2024 O Ministro português dos Negócios Estrangeiros prometeu ontem em Paris que vai iniciar uma reforma do ensino de português no estrangeiro já no início do próximo ano e veio a Paris para abordar, também, este assunto com o seu homólogo francês, embora os objetivos deste encontro tivessem sido afetados com a demissão do Primeiro-Ministro francês. Interrogado sobre as questões de Ensino de português no estrangeiro pelo LusoJornal, Paulo Rangel começou por “fazer justiça aos meus Secretários de Estado – o Senhor Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação e o senhor Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas – porque eles têm isso como uma prioridade e têm recorrentemente falado disso comigo e estamos a trabalhar nisso para o início do próximo ano”, mas assumiu que o ensino de português no estrangeiro é também “uma preocupação minha”. O Ministro quer “facilitar o ensino de português no estrangeiro”. Mas Paulo Rangel também quer uma maior cooperação do Estado francês nesta matéria. “Necessitamos muito do apoio das próprias autoridades francesas. O francês é uma língua que é ensinada em Portugal a mais de 250 mil pessoas, estamos a falar de um número muito significativo. Mesmo quando se diz que o francês já teve um peso muito maior em Portugal, a verdade é que 250 mil alunos a terem aulas de francês nas escolas públicas é algo de significativo. Depois do inglês, é a segunda língua estrangeira mais ensinada em Portugal. Aqui nós necessitamos de alguma reciprocidade” disse ao LusoJornal. “Há um trabalho a fazer pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e estamos a trabalhar nisso para o início do próximo ano, mas, para além disso, no caso da França em particular, precisamos da colaboração das autoridades francesas e a compreensão de que o português é uma língua falada por 270 milhões de pessoas, é a quinta língua mais falada no mundo, é aliás mais falada do que o francês e que também tem um valor enorme, também para os franceses e não apenas para os franceses de origem portuguesa” referiu o Ministro entrevistado pelo LusoJornal na Embaixada de Portugal em Paris. “Aquilo que depende de nós, tem realmente que ser feito pelo nosso Ministério e pelo nosso Governo, e há muito a fazer” conclui Paulo Rangel. O Ministro vai ter de voltar a abordar este assunto com o próximo Ministro francês dos Negócios Estrangeiros, com vista à preparação da visita oficial que Emmanuel Macron quer fazer a Portugal nos próximos meses.