“A Instalação do Medo” de Rui Zink vai a palco no festival de teatro de Avignon

[pro_ad_display_adzone id=”46664″]

 

A adaptação para teatro do romance “A Instalação do Medo”, do escritor português Rui Zink, vai estar em cena, no dia 18 de julho, no Festival d’Avignon, pela companhia Théâtre des Halles, numa encenação de Alain Timár.

A obra de 2012 será reeditada esta semana, assinalando os 35 anos de carreira literária de Rui Zink, com uma apresentação na quinta-feira, 16 de junho, em Lisboa, data em que o autor completa 60 anos.

Segundo um comunicado da Porto Editora, “A Instalação do Medo” é “um livro que pode servir de retrato da última década”.

“A ficção que me interessa ler e escrever faz isso: tenta ler os sinais diz o que há a dizer, não inventando a roda, da melhor forma possível, simplesmente é escrita por leitores atentos, não por fidalgos na sua Torre de Mim”, afirma Rui Zink, citado no comunicado da editora.

“Daí que esta pandemia não tenha surpreendido tanto quem tem experiência de ler os livros e o mundo. Se noutras paragens do tempo ou do espaço aconteceu aos outros, alguma vez chegaria a nós. É o ciclo da vida, baby”, acrescenta o autor.

A editora, por seu turno, refere, em comunicado, que o “tom irreverente e mordaz” da narrativa, que “coloca os protagonistas do livro a dialogarem sobre os mais diversos assuntos”, cria “uma tensão crescente que só a coragem pode desarmar”.

A atual edição foi revista pelo autor.

Esta obra já foi adaptada ao teatro pelo encenador Jorge Listopad (1921-2017), que Rui Zink considera “a melhor das críticas possíveis”, por o seu texto ter “tocado” um homem de 92 anos. Este foi o último trabalho de Listopad, nos palcos.

“Outras adaptações têm acontecido”, refere Rui Zink, havendo “sempre o fatal iluminado a perguntar: ‘Já reparou que este seu livro dava uma peça de teatro?’. ‘Sim meu abençoado guia espiritual fui eu que o escrevi’”, ironiza o escritor.

Este romance foi também adaptado ao cinema por Ricardo Leite, através de uma curta-metragem homónima, em 2016, distinguida em 2017 com vários prémios em festivais, designadamente no de Curtas-Metragens de Faro, e no Fantasporto, no Porto.

O romance “A Instalação do Medo” já foi publicado além-fronteiras e levado a cena na Alemanha, com o título “Die Installation der Angst”, e a tradução francesa, “L’installation de la peur” venceu Prémio Utopiales para melhor romance estrangeiro publicado em França.

En Avignon, a peça vai ser apresentada no Palácio dos Papas, no dia 18 de julho, com as interpretações de Charlotte Adrien, Valérie Alane, Edward Decesari e Nicolas Gény, do Théâtre des Halles.

A representação é uma coprodução de Scènes d’Avignon – Théâtre du Balcon, Théâtre des Carmes, Théâtre du Chêne Noir, Théâtre du Chien qui Fume e do Théâtre des Halles, com o Festival d’Avignon, em parceria com a Association Jean Vilar, de acordo com a página do evento, na Internet.

Rui Zink é professor na Universidade Nova de Lisboa. Nasceu nesta cidade, em 1961, é membro e foi fundador dos Felizes da Fé e da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M).

Tem publicados ensaios e obras infantis. É autor, além deste livro, de “Hotel Lusitano” (1986), “Apocalipse Nau” (1996), “O Suplente” (2000), “O Anibaleitor” (2011), “Manual do Bom Fascista” (2019) e “O Avô tem uma Borracha na Cabeça” (2020).

[pro_ad_display_adzone id=”37509″]

 

LusoJornal