Ana Silva: “Retrato de família” – exposição na Galerie Magnin-A em Paris

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A Galerie Magnin-A de Paris apresenta, pela primeira vez em França, uma exposição da artista angolana Ana Silva (Calulo, 1979), cujos trabalhos contam a história da sua família durante a guerra civil em Angola, utilizando para isso o ponto de vista feminino (quase não aparecem figuras masculinas nos seus trabalhos), desde a sua avó à sua filha, já nascida em Portugal, país de residência da artista. Ana Silva estudou artes em Lisboa.

“Estas obras experimentam a passagem da vida da minha avó até à minha filha. É um projeto que já tinha na cabeça há muito tempo. A minha avó é uma descendente bosquímana, o povo mais antigo da África Austral”.

A exposição, composta por uma trintena de obras que poderão atingir os três metros de envergadura, está aberta ao público até ao dia 30 de outubro.

Originária de uma família mestiça, Ana Silva cresceu numa quinta isolada, a vinte quilómetros da aldeia mais próxima, onde o seu pai cultivava café. Ela explica a ligação do seu trabalho a Angola de maneira clara, “eu não posso separar o meu trabalho da minha experiência em Angola, a uma época onde o acesso aos materiais era difícil, consequência da guerra de independência e da guerra civil. A minha criatividade nasceu da exploração do meio que me era mais próximo, daquilo que encontrava perto de mim. Essa experiência teve um impacto importante na minha maneira de trabalhar e, claro, na minha própria vida”.

O seu trabalho – que recorre à pintura, ao desenho, à colagem, à oxidação do metal e até a velhos sacos em plástico ou em fibra vegetal ou a rendas recuperadas – divide-se em três partes: água, infância e avó.

Trabalhos que exploram a forma como as mulheres e as crianças são obrigadas a percorrer quilómetros para aceder aos pontos de água, não porque falte água em Angola, mas, sim, devido à precariedade das infraestruturas de fornecimento e distribuição.

Aliando a pobreza desses elementos recuperados à habilidade das rendeiras, Ana Silva recria cenas da vida quotidiana composta de figuras inacabadas que se vão perdendo na sobreposição de materiais.

 

Magnin-A

118 boulevard Richard Lenoir

75011 Paris

 

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LusoJornal