António Borges conta a sua história aos alunos imigrantes


Contar a sua própria história é o desafio de António (Antoine) Borges que respondeu à proposta de Frédéric Praud e da associação “Paroles d’Homes et de Femmes”, no quadro do programa “Testemunhos de migrantes no seio dos estabelecimentos escolares”. Quase uma centena de estabelecimentos candidataram-se para acolher um ou vários intervenientes com origens noutros países.

A primeira intervenção de António Borges teve lugar no Collège Camille See, em Paris 15, no passado dia 5 de maio, frente a uma turma de UPE2A com cerca de 15 jovens de origem estrangeira. “Tónio estava bastante tenso no início, mas o natural veio depressa e ele contou o seu percurso, nada simples, de franco-português. A sua história, a sua adolescência, diz muito a estes jovens, as anedotas também fazem eco neles” explica Frédéric Praud.

António Borges falou da sua aldeia de origem, no norte de Portugal, a vinda para França aos 14 anos e, mais tarde, a sua experiência na rádio Alfa. Calhou bem porque os jovens têm um projeto de programa na Rádio France Internationale (RFI).

No final, os jovens tinham preparado uma série de perguntas e este foi também um momento de cumplicidade entre interveniente e alunos.

Mais recentemente, António Borges fez uma intervenção num estabelecimento na Normandie, mas desta vez juntamente com a escritora Faroudja Amazit, que já tinha feito intervenções na associação há 10 anos. Tratou-se de alunos de MFR em formação Sapat (Service aide à la personne). Faroudja Amazit nasceu em Neuilly-sur-Seine, os pais nasceram na Kalylie, e trabalha na Dior há mais de 20 anos.

“António, a sua história é excelente e mexeu comigo, porque eu também tive pequenos comentários quando era mais pequena, porque também sou portuguesa” escreveu uma jovem aluna. “Agradeço-lhe por ter vindo e por ter tido a coragem de contar a sua história. Não há muita gente que conte histórias da sua própria infância. Obrigado, e continue a fazer o que faz, porque é formidável”.

LusoJornal