Arroz de Sarrabulho e poesia de António Feijó em destaque em Drancy

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A Association Drancéenne des Amis du Portugal (ADAP) de Drancy (93) organizou, no passado dia 14 de janeiro, no Espace Culturel de Drancy, um evento com Ponte de Lima em destaque. Pelo palco passaram os Irmãos Cardoso e nas mesas foi servido Arroz de Sarrabulho e Rojões à minhota, cozinhados por um Chefe vindo propositadamente de Portugal para esta atividade.

Mais do que um evento de promoção da gastronomia de Ponta de Lima, esta foi também uma oportunidade para apresentar o poeta e diplomata António Feijó, nascido também em Ponte de Lima.

Numa apresentação de Odete Mendes – uma das responsáveis da associação portuguesa, mas também Maire Adjointe de Drancy com o pelouro do ambiente, e coapresentadora, com Manuel Miranda, do programa “Só Fado” na rádio Alfa – o convidado de honra foi o historiador Tito de Morais, em representação da Confraria do Arroz de Sarrabulho à moda de Ponte de Lima.

“Quando se fala em Portugal, temos de falar em boa comida e em boa bebida. E nós associamos aquele que foi um grande embaixador, um diplomata, na Suécia, na Noruega, na Dinamarca, mas também no Rio Grande do Sul, no Rio de Janeiro e em Pernambuco. Foi um nome alto da literatura portuguesa no fim do século 19” lembrou Tito de Morais.

Precisamente, o livreiro João Heitor também subiu ao palco para ler um poema de António Feijó.

António Joaquim de Castro Feijó nasceu em Ponte de Lima, em 1859 e faleceu em 1917, em Estocolmo, onde permaneceu como diplomata português durante 26 anos. Ali casou com Maria Carmen Mercedes Joana Lewin, filha de pai sueco e mãe equatoriana e ali faleceu a 20 de junho de 1917, com 58 anos de idade, depois de enviuvar dois anos antes, como se pode ler nos dois painéis apresentados na sala, dos 14 que compõem uma exposição da Confraria.

“António Feijó viveu praticamente toda a vida no estrangeiro, casou com uma sueca, mas pediu que o corpo fosse para Portugal” lembrou João Heitor, antes de ler o poema “Nostalgia”.

O funeral de António Feijó foi um acontecimento na capital sueca, mas mais tarde os corpos do casal foram trasladados com honras militares num navio da Armada real sueca, de Estocolmo para lisboa. Repousam os dois no cemitério de Ponte de Lima desde novembro de 1927, onde está uma placa que diz: “O amor os juntou, nem a morte os separou”.

Na sua intervenção, Tito de Morais apresentou o Arroz de sarrabulho, como “um ícone da nossa terra”. Às mesas começaram por chegar enchidos, salpicões da Serra d’Arga, chouriça de carne, “iguarias que já há mais de 100 anos, o António Feijó promovia na longínqua Suécia”. Depois foi servida uma canja, “que faz parte da expansão ultramarina, quando os Portugueses chegaram à India”.

“Há Sarrabulho em mais terras de Portugal, mas em Ponte de Lima é um prato diferente, é um prato composto por arroz, que tem de ser um arroz cantante (tem de levar galo e galinha), tem de ser ruminante (com carne de vaca) e tem de ter também carne de porco” explicou Tito de Morais. O prato foi acompanhado, como tradicionalmente, com Rojões à moda do Minho.

A Confraria do Arroz de Sarrabulho à moda de Ponte de Lima é constituída por um grupo de amigos que une gastronomia e literatura e associou-se à ADAP para este evento em Drancy, trazendo as carnes de Portugal, e um Chefe de cozinha, “com repercussão internacional”.

Odete Mendes chamou também ao palco a Maire de Drancy, Aude Lagarde, o Maire honoraire Jean-Christophe Lagarde, o antigo Deputado e antigo Secretário de Estado das Comunidades Carlos Gonçalves, e a Conselheira municipal de Drancy, Vera Guerreiro.

 

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LusoJornal