Associação Cívica comemora 20 anos de existência

A Cívica – associação dos autarcas franceses de origem portuguesa – comemora este ano 20 anos de existência já que foi criada por Paulo Marques, que continua a ser o seu Presidente, no dia 5 de fevereiro de 2000, aquando de um encontro no Senado francês.

O Conselho de Administração da Cívica reuniu na semana passada para preparar o 20° aniversário da estrutura. “O projeto de propor aos nossos membros e parceiros um ano de ações renovadas, recebeu o apoio total e unânime das instâncias da Cívica e dos seus parceiros” disse Paulo Marques.

Foram 20 anos “ao serviço dos autarcas de França na sua diversidade, sendo porta-voz das suas preocupações junto dos poderes públicos, acompanhando-os nas suas formações e nas suas missões cada vez mais exigentes”.

Em declarações ao LusoJornal, Paulo Marques explicou que “durante os 20 anos, a Cívica não cessou de alertar os políticos sobre a participação cívica e política dos Portugueses que residem em França e continuamos a formar esses autarcas” e confessou mesmo que “muitas vezes, os autarcas franceses dizem-nos que os nossos autarcas estão melhor formados do que os outros. Porque nós conseguimos abranger várias vertentes das nossas missões como autarcas”.

A campanha de cidadania da associação Cívica para motivar os Portugueses mononacionais a se inscreverem nas listas eleitorais tem sido evocada pelo Presidente Paulo Marques, como uma “ação de sucesso”. “A nossa campanha não dura só nas últimas semanas antes do fim do prazo das inscrições. É uma campanha em permanência” e o também autarca e candidato em Aulnay-sous-Bois orgulha-se que a campanha tenha sido retomada por outras Comunidades europeias radicadas em França.

“A Cívica foi solicitada para que a nossa campanha seja adaptada para os Polacos, os Romenos, os Italianos, os Belgas, e os Espanhóis foram os últimos que nos solicitaram”. Trata-se de um documento com o formato de um Cartão de eleitor que tem sido traduzido nas diversas línguas e que depois é distribuído nas diferentes Comunidades pelas estruturas associativas ou políticas.

A Cívica tem também um anúncio televisivo que foi difundido pelos canais portugueses internacionais.

Interrogado pelo LusoJornal, Paulo Marques considera que “verificou-se que houve mais solicitações de inscrições eleitorais” e lembra que não é verdade que os Portugueses não estão inscritos nas listas eleitorais, dando o caso de Aulnay-sous-Bois, cidade onde é Maire Adjoint e onde volta a ser candidato: “Os Franceses com origem portuguesa, já votam há muitos anos, os jovens a partir dos 18 anos estão automaticamente inscritos nas listas eleitorais, desde 1996. Em Aulnay-sous-Bois temos cerca de 580 inscritos de nacionalidade portuguesa e cerca de 3.000 inscritos com nacionalidade francesa, mas de origem portuguesa”.

Numa altura em que não se conhecem ainda os números dos candidatos às municipais de 15 e 22 de março, Paulo Marques afirma que “percebe-se que vamos ter muitos mais candidatos do que em 2014 e aproximamo-nos muito certamente dos 15.000 candidatos”. Diz também que cada vez há mais candidatos à função de Maire.

“Os autarcas que vão ser eleitos em março vão ter de ser apoiadas e acompanhados” diz Paulo Marques. “Por isso, já estamos a preparar as nossas próximas ações, o Congresso da Cívica, a viagem de estudo a Portugal, os seminários, os encontros temáticos, conscientes que temos, mais do que nunca, de trocar experiências com os nossos colegas e com os parceiros institucionais”.

Depois da próxima Assembleia Geral, a Cívica anuncia já o “Fórum Cívica” integrado no próximo Congresso da AMIF, nos dias 3 e 4 de junho.

Paulo Marques anunciou ainda que o próximo Congresso da Cívica vai ser dedicado a Emília Varela, Conselheira municipal de Mormant, Delegada da Cívica e membro da associação desde 2001, entretanto falecida em agosto de 2019. Aliás o Presidente da Cívica diz que as mulheres “têm um lugar importante na associação” com 55% dos membros.

Mas Paulo Marques considera que Portugal “não tem aproveitado suficientemente” a rede de autarcas de origem portuguesa fora de Portugal, apesar destes terem contribuído muito, por exemplo, para a assinatura de protocolos de geminação, para o desenvolvimento de relações bilaterais e de cooperação internacional… “Se tivéssemos um encontro anual com os autarcas, como já houve pelo passado, permitiria partilhar as melhores ideias, as melhores práticas” mas lembra também que a Cívica tem “excelente relações de trabalho” com a Associação nacional das freguesias (ANAFRE).

 

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LusoJornal