Biografia de Maria d’Apparecida vai ser apresentada em Douai

Esta quarta-feira, dia 18 de novembro, a partir das 16h00, a escritora Mazé Torquato Chotil apresenta, no Café Le Carillon, em Douai (59), o livro “Maria d’Apparecida – Une Maria pas commme les autres”.

Esta biografia, escrita por Mazé Torquato Chotil e traduzida para francês por Bernard Chotil, retrata a vida da cantora Maria d’Apparecida. Nascida no Rio de Janeiro em 1926 e tendo falecido, no anonimato, em Paris, a 4 de julho de 2017, Maria d’Apparecida foi uma cantora lírica brasileira radicada na capital francesa e conhecida a nível internacional como “a Maria Callas afro-brasileira”. Foi a primeira cantora negra do Brasil a cantar Carmen na Ópera de Paris, tendo sido em França uma grande embaixadora da música lírica, tradicional e popular brasileira durante a segunda metade do século XX.

A carreira de Maria d’Apparecida foi constituída por gravações de variados discos importantes de música brasileira, alguns deles com, por exemplo, o músico Baden Powell. Em 1955, gravou um disco com canções do compositor Waldemar Henrique, que a acompanhou ao piano; entre 1967 e 1968, gravou canções do mesmo compositor, além de outras de Heckel Tavares, Villa-Lobos e Jaime Ovalle; e nas décadas seguintes conseguiu ter uma carreira importante na cena lírica francesa, tendo também feito incursões pela música popular e pelo jazz.

Para além da sua carreira de cantora, Maria d’Apparecida foi a musa do pintor surrealista Félix Labisse cuja vida está intimamente ligada à cidade de Douai onde terá lugar a apresentação do livro. O corpo de Félix Labisse encontra-se, aliás, sepultado nesta cidade.

Mazé Torquato Chotil explica ao LusoJornal que “Labisse foi muito importante na vida dela. Ajudou-a a assumir a sua negritude, apresentou-a a inúmeras pessoas que puderam ouvi-la e encantar-se com a sua arte. Para o pintor, Maria d’Apparecida foi o seu grande amor, mesmo sendo casado. Ele pintou cerca de quinze quadros onde ela aparece. O mais conhecido é ‘Maria d’Apparecida’, de 1965, que ela utilizava como foto nos programas onde cantava”.

A autora da biografia explica ainda que Maria d’Apparecida depois da morte de Labisse ia florir a sua sepultura e que em conjunto com amigos conseguiu dar o nome “Impasse Labisse” à rua sem saída onde o pintor morava. Segundo os amigos franceses da cantora ela desejava ser enterrada ao seu lado, “razão pela qual a Associação ‘Les Amis de Maria d’Apparecida’ está a trabalhar nesse sentido”, esclarece Mazé Torquato Chotil. Neste momento o seu corpo encontra-se no cemitério de Bagneux.

Os benefícios da biografia reverterão em favor da realização de um espetáculo em honra de Maria d’Apparecida e da trasladação do corpo de Bagneux para Douai.

Para mais informações sobre a associação “Les Amis de Maria d’Apparecida”:

mariadapparecida.eu

assomariadapparecida@gmail.com

 

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LusoJornal