Boa Notícia: Chorar, sim. Desesperar, não


No dia 2 de novembro, a Igreja faz memória de todos os fiéis defuntos. Não é um “dia de tristeza”, mas um “dia pascal”, sobretudo neste ano em que calha num domingo. Esta comemoração, colocada logo a seguir à Solenidade de Todos os Santos, recorda-nos que a santidade e a esperança caminham juntas: a comunhão dos santos abraça vivos e mortos e ilumina os nossos lutos com a luz da ressurreição. Mandamos celebrar missas pelos defuntos, porque a comunhão dos santos é mais forte do que o túmulo e a Eucaristia é o lugar onde o céu toca a terra.

É na Eucaristia que aprendemos que a vida eterna começa já: «quem come a minha carne e bebe o meu sangue TEM a vida eterna» (Jo 6,54). O presente do indicativo na afirmação de Jesus sublinha que a promessa se cumpre hoje.

Hoje, a liturgia pede-nos um olhar pascal sobre a morte: chorar, sim; desesperar, não. A fé cristã não nega a dor, mas recusa o desespero. Em Cristo, a morte foi vencida e não terá a última palavra, pois essa será sempre de Deus Pai que «enxugará todas as lágrimas e não haverá mais morte, nem luto, nem pranto, nem dor» (Ap 21,4). Esta promessa não é anestesia: é esperança e missão!

Quem sabe “para onde vai” (quem acredita nas promessas de Cristo) vive com prioridades novas. Porque quem crê sabe que a eternidade não é um prémio que se recebe no final: a eternidade é uma semente, plantada hoje e chamada a crescer em gestos de fé, de caridade e de justiça.