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Boa Notícia: Deus sim. Igreja não?

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Não seria nada estranho se, após a proclamação do Evangelho deste domingo, a homilia começasse com esta pergunta: «Quem é Cristo para ti?». De facto, a primeira parte do texto, de carácter mais cristológico, centra-se precisamente em Jesus e na definição da sua identidade.

«Vós, quem dizeis que Eu sou? (…) Simão Pedro tomou a palavra e disse: “Tu és o Messias”».

No entanto, prefiro abordar a segunda metade do Evangelho, de carácter mais eclesiológico, e lançar uma outra questão, também ela difícil de responder: «O que é a Igreja para ti?»

«Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja (…) Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus».

O que vos digo agora não se aplica obviamente a todos os jovens, mas acreditem que tenho encontrado muitos que, basicamente, vivem a própria fé segundo este “credo”: Deus sim. Igreja não. No entanto, ninguém pode ignorar este Evangelho, que nos diz claramente que é Jesus quem convoca a Igreja à volta de Pedro. Ainda assim, permanece a dificuldade de tantos em aceitar a Igreja. Mas porquê?

Antes de resolvermos esta questão, procuremos a resposta a uma outra pergunta: porque foi que os judeus decidiram matar Jesus? Qual a razão que os impedia de O aceitar como Messias, como Filho de Deus? A resposta obviamente é muito complexa, mas podemos responder brevemente dizendo o seguinte: os fariseus, sacerdotes e escribas não podiam aceitar o rosto (demasiado) humano de Jesus. Não podiam aceitar que Deus se tivesse incarnado num pobre galileu. Ainda se fosse um príncipe! Ou um grande general! Mas um carpinteiro de uma pequena aldeia, que ninguém conhecia, chamada Nazaré…? Não! É demasiado humano este suposto messias! Demasiado banal!

A razão que, hoje em dia, leva muitos a rejeitar a Igreja não está longe dos sentimentos que animaram a condenação de Jesus. A Igreja tem um rosto demasiado humano! É frágil, imperfeita e pecadora. E todos queriam que fosse irrepreensível, pura e sem mácula! Ainda assim, esta é a Igreja escolhida por Jesus. Pedro não era o mais corajoso, o mais coerente ou o mais erudito dos Doze apóstolos. Mas Jesus ama a humanidade (a de Pedro e a nossa também) e confia que a Igreja, apesar dos limites, possa anunciar o Evangelho e testemunhar o Amor. E nós devemos confiar também.

É por isso que te digo, caro leitor: não abandones a vinha, não rejeites a Igreja, não repudies a comunidade. Pois sem ti ela fica mais pobre e o caminho de conversão (o teu e o dela) torna-se bem mais difícil.


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LusoJornal