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Boa Notícia: Mudam-se os tempos

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Mudam-se os tempos, mas nem sempre se mudam as vontades… e a vontade de acumular riquezas, a preocupação de ter sempre mais e o medo de renunciar ao que quer que seja, são sentimentos tão atuais hoje quanto ontem, na Palestina Antiga. O problema das partilhas e das heranças não é uma questão moderna, mas já no tempo de Jesus era fonte de aborrecimentos e tensões entre familiares.

Se pensarmos bem, é quase paradoxal que isso aconteça, pois a partilha de uma herança pressupõe que a família viva um momento de luto. O falecimento de alguém não deveria ser a lição mais evidente do quanto é inútil todo este apegamento aos bens materiais? A constatação de que não levamos nada connosco para a túmulo não deveria suscitar em nós um são relativismo (e desinteresse) em relação às coisas materiais?

No Evangelho do próximo domingo, Jesus aproveita a deixa de um pedido de ajuda numa questão de heranças («Mestre, diz a meu irmão que reparta a herança comigo») para ir para lá daquele caso específico e propor, a quem o escuta, uma catequese sobre a justa relação que devemos estabelecer com os bens terrenos.

«O campo dum homem rico tinha produzido excelente colheita. Ele pensou consigo: (…) Deitarei abaixo os meus celeiros para construir outros maiores (…) Mas Deus respondeu-lhe: ‘Insensato! Esta noite terás de entregar a tua alma. O que preparaste, para quem será?’ (…)»

O que é que Ele pretende ensinar, ao contar a pequena parábola do homem rico? Convidar os seus discípulos a despojar-se de todos os bens? Ensinar aos seus seguidores que não devem preocupar-se com o futuro? Propor aos que aderem ao Reino uma existência de miséria, sem o necessário para uma vida minimamente digna e humana? Não. O que Jesus nos diz é que não podemos viver na escravatura do dinheiro e dos bens materiais, como se eles fossem a coisa mais importante da nossa vida.

O que Cristo condena não é a posse de bens materiais em sim, mas a deificação da riqueza. Nas nossas sociedades a forma mais comum de idolatria é a cobiça dos bens; o desejo insaciável de ter. “Insensato” é o nome que Deus dá àqueles que desperdiçam a vida buscando fortuna, sacrificando muitas vezes as relações familiares e até a própria saúde. Já uma vez aqui disse e volto a repetir: a pessoa mais rica não é a que tem muitas coisas, mas sim a que não precisa de nada.

 

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LusoJornal