Bruno Reis

Bruno Reis criou empresa de aconselhamento em gestão de património

O economista português Bruno Reis criou em agosto do ano passado, a start-up “Art Consultation & Investissement”, uma empresa de aconselhamento em gestão de património e investimento.

Antes de chegar a Paris, Bruno Reis trabalhou no Banco BPI e em Paris trabalhou no Banque BCP. Foi essa experiência de 10 anos que o levou a criar a sua própria agência de aconselhamento.

Natural de Ourém, terra de muita emigração para França, Bruno Reis responde às perguntas do LusoJornal.

 

Que serviços presta exatamente a sua empresa?

É uma empresa de consultoria especializada em gestão de património. Esta ideia surgiu depois de me ter mudado para França e de ter trabalhado 6 meses no Banque BCP. Decidi aproveitar a minha experiência bancária de vários anos no BPI em Portugal. Achei que fazia sentido criar esta empresa porque os Portugueses de França têm muito património, graças a muito trabalho, mas têm pouco tempo para o gerir, para tomar decisões sobre investimentos ou na escolha de produtos financeiros. E a maior parte da população portuguesa aqui trabalha na construção e com uma escolaridade média, daí algumas dificuldades na gestão.

 

E que tipo de aconselhamentos dá?

Por exemplo, aconselhamento para encontrarem investimentos imobiliários com forte potencial de rentabildade. Porque nem sempre comprar um apartamento é sinónimo de rentabilidade e como conheço bem o mercado do imobiliário em Portugal, sobretudo em Lisboa, posso orientar e aconselhar o cliente para um bom investimento. Por outro lado fiz a formação e tenho a certificação para tratar do estatuto do “residente não habitual”, que é uma vantagem muito grande e que permite durante 10 anos beneficiar do regime fiscal português, cumprindo os critérios. Ora, este estatuto não se aplica apenas aos Franceses, aplica-se também aos Portugueses. Também presto serviços às empresas como aconselhamento à gestão financeira, à pesquisa do melhor financiamento, muitas vezes as empresas recorrem a créditos e são caros, quando existem linhas de investimento estatais interessantes.

 

Quem são os seus primeiros clientes?

São essencialmente os particulares, que conheci em Portugal e aqui também.

 

Isto exige ter um bom conhecimento fiscal em França e em Portugal…

Sim, eu tenho essa formação e conhecimento, além disso o meu nicho de mercado são as Comunidades portuguesas, as empresas portuguesas em França, ou quem queira desenvolver os seus negócios com Portugal. Digamos que é um gabinete de Consultoria para as Comunidades portuguesas em França. E é onde acrescento uma mais valia, porque ao nível fiscal, muitos Portugueses recorrem a advogados para se informarem sobre os impostos e pode-se economizar muito dinheiro se conhecermos quais são as possibilidades para reduzir os impostos, sem fazer nada de ilegal.

 

Têm de ser clientes ricos?

É mais fácil de facto, mas nem todos são ricos e há os que procuram poder aumentar o seu património, começando por comprar um primeiro imóvel. Porque uma pessoa pobre não será pobre toda a vida. Além do seu trabalho, se tiver uma atenção especial com um gestor de património que lhe vai propor as melhores poupanças e os melhores investimentos, pode sair da pobreza e tornar-se rico, não depende de só da pessoa, mas é possível.

 

E esse tipo de serviços não pode ser prestado pelos bancos?

Os bancos têm os seus produtos de poupança mas não podem propor produtos de gestão. Eu sou independente, não estou ligado a nenhum banco nem a nenhuma imobiliária, posso propor as melhores soluções de poupança e de investimento, posso propor as melhores soluções de investimento imobiliário, posso propor as melhores condições de financiamento e posso propor as melhores soluções para diminuir o regime fiscal ou optimizar a fiscalidade. E sobretudo o que acho que é muito interessante é que me considero empreendedor e sou economista.

 

Este trabalho de aconselhamento é caro?

Não. Trabalho sempre com uma primeira consulta gratuita, propondo um diagnóstico ao cliente e ver se os meus serviços correspondem às suas necessidades. Ora os bancos não são as únicas soluções, há imensos apoios, há outras alternativas, posso dar um exemplo de alguns clientes que não tinham dinheiro, vieram ter comigo, tiveram confiança em mim e conseguiram através de financiamentos participativos montar as suas empresas.

LusoJornal