Cabo Verde: Elisabeth Moreno representou o Presidente Macron na tomada de posse de José Maria Neves

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A Ministra francesa para a Igualdade de Género, Diversidade e Igualdade de Oportunidades, Elisabeth Moreno, nascida em Cabo Verde, representou hoje o Presidente Emmanuel Macron na tomada de posse do quinto Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves, na Assembleia Nacional, cerimónia à qual assistiram, na cidade da Praia, os Presidentes das Repúblicas de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, de Angola, João Lourenço, da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, do Gana, Nana Akufo-Addo, e do Senegal, Macky Sall.

“Juro por minha honra desempenhar fielmente o cargo de Presidente da República de Cabo Verde em que fico investido, defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição, observar as leis e garantir a integridade do território e a independência nacional”, disse José Maria Neves, ao ler a declaração de juramento prevista na Constituição para a tomada de posse, esta manhã.

Marcam presença na cerimónia, ainda, o vice-Presidente do Brasil, general Hamilton Mourão, o Secretário do Trabalho dos Estados Unidos da América, Marty Walsh, o Presidente da Câmara dos Deputados da Guiné-Equatorial, Mohaba Messu, o Presidente da Assembleia de São Tomé e Príncipe, Delfim Neves, o Secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Zacarias da Costa, e o Presidente da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Jean Claude Kassi Brou.

José Maria Neves nasceu em Santa Catarina, ilha de Santiago, em 28 de março de 1960, autarquia pela qual foi eleito presidente da Câmara em março de 2000.

Antes foi Deputado à Assembleia Nacional, de 1996 a 2000, pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), que passou a liderar em 2000. Venceu as eleições legislativas no ano seguinte, fazendo o PAICV regressar ao poder em Cabo Verde, uma década depois, assumindo o cargo de Primeiro-Ministro (2001 a 2016).

Com formação em Administração Pública, assumiu depois as funções de professor na Universidade de Cabo Verde e criou a Fundação José Maria Neves para a Governança, instituição dedicada à promoção das liberdades, à consolidação da democracia e do estado de direito, à boa governação, à efetividade das políticas públicas e ao desenvolvimento sustentável dos pequenos estados insulares.

“O essencial é trabalhar com todos. Serei um Presidente aberto a todas as sensibilidades políticas e sociais. Um Presidente que dialogará com o Governo, fará as articulações necessárias, será um fator de construção de consensos e procurará mobilizar toda a nação global cabo verdiana, nas ilhas e a diáspora, para que todos unidos possamos fazer face aos desafios com que Cabo Verde se confronta neste momento”, afirmou José Maria Neves, em entrevista à Lusa após as eleições presidenciais de 17 de outubro, que venceu à primeira volta.

O PAICV, desde 2016 na oposição, apoiou a candidatura de José Maria Neves, sendo o Governo cabo-verdiano, liderado pelo Primeiro-Ministro, Ulisses Correia e Silva, suportado pelo Movimento para a Democracia (MpD, maioria parlamentar).

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) cabo-verdiana proclamou José Maria Neves vencedor das sétimas eleições presidenciais de Cabo Verde ao registar 95.974 votos, equivalente a 51,7% do total.

A eleição presidencial em Cabo Verde obriga a uma maioria absoluta de votos validamente expressos para a vitória à primeira volta. Sem essa maioria, os dois candidatos mais votados disputam uma segunda volta, o que aconteceu pela última vez em 2011, na primeira eleição do atual Presidente, Jorge Carlos Fonseca.

A estas eleições já não concorreu Jorge Carlos Fonseca, que cumpriu o segundo e último mandato como Presidente da República, mas registou-se um recorde de sete candidatos presidenciais, quando o máximo anterior foi de quatro.

Cabo Verde já teve antes da eleição de José Maria Neves quatro Presidentes da República, desde a independência de Portugal em 1975, sendo o primeiro o já falecido Aristides Pereira (1975 – 1991) por eleição indireta, seguido do também já falecido António Mascarenhas Monteiro (1991 – 2001), o primeiro por eleição direta, em 2001 foi eleito Pedro Pires e 10 anos depois Jorge Carlos Fonseca.

 

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LusoJornal