Câmara de comércio franco-portuguesa diz que “2020 vai ser desastroso para as empresas”

A Câmara de comércio e indústria franco-portuguesa (CCIFP) anulou a sua Assembleia Geral prevista para amanhã, quinta-feira, dia 19 de março, na Embaixada de Portugal em Paris, e o Presidente Carlos Vinhas Pereira diz que este momento tem de ser utilizado para refletirmos sobre a dependência à China.

“Tivemos de anular a nossa Assembleia Geral, apesar de ser um ato obrigatório” confirma ao LusoJornal. “Também temos vindo a anular várias conferências e sessões de informação sobre investimento em Portugal e sobre criação de empresas”.

Também a Convenção mundial das Câmaras de comércio, prevista para finais de abril, em Fortaleza, no Brasil, foi adiada para mais tarde.

Carlos Vinhas Pereira diz que “o ano 2020 vai ser desastroso para as empresas”.

O impacto para as empresas tem também a ver com o facto da acumulação de “perturbações” como por exemplo o movimento dos Coletes Amarelos “que provocaram uma baixa de volume de negócios para vários setores de atividade”, depois as greves relacionadas com a reforma das Reformas e agora o vírus. “Provoca uma baixa de volume de negócios, nomeadamente para o setor do turismo, para a restauração e também para o emprego. Neste caso do vírus “ainda é pior, porque estamos a falar numa paragem completa da atividade para muitas empresas”.

“As medidas do Governo podem não provocar um movimento de desemprego de massa, mas vamos ver se estas medidas vão ser bem aplicadas” diz o Presidente da CCIFP ao LusoJornal.

“Claro que há medidas que foram tomadas pelo Governo, nós estamos a informar os nossos sócios para explicar, por exemplo, como devem fazer para pedir o reembolso do desemprego parcial que vai ser pago pelo Estado como o Presidente da República anunciou. Só que há operações administrativas a fazer e nós estamos aqui para facilitar e sobretudo lembrar os direitos que eles têm em termos de recursos humanos e que tipo de precauções devem ter” explicou Carlos Vinhas Pereira. “Estamos a acompanhar este movimento infeliz”.

Mas as instalações da Câmara de comércio, no 7 avenue de la Porte de Vanves, em Paris 14, estão também encerradas. “Os nossos colaboradores estão a trabalhar a partir de casa, eu também. Com os meios de conexão à distância, estamos ligados às bases de dados e podemos enviar informações para todos os membros, e estamos também ligados a tudo o que são informações que podemos reenviar para os nossos sócios”. E o Presidente acrescenta que “estamos vigilantes para poder guardar este contacto com os sócios e podermos sempre, pelo menos responder às perguntas. Temos sobretudo perguntas sobre questões administrativas, saber como se faz uma ou outra coisa”.

A CCIFP tem atualmente 440 associados. Para além da sede em Paris, tem também uma Delegação na região PACA, já anunciou que vai abrir proximamente uma Delegação na região Grande Aquitaine e “temos a abertura de 6 Delegações programadas até ao final de 2020”.

“Devemos aproveitar este período para refletir, para arrumar o que tiver de ser arrumado na casa, nas empresas, mas sobretudo refletir para o futuro” diz Carlos Vinhas Pereira numa entrevista ao LusoJornal. “Temos de utilizar esta situação para tomar medidas, nomeadamente a nível europeu. Temos de ver completamente esta situação de dependência completa relativamente à China. Todos nós, Europeus, temos de pensar nesta situação. Provavelmente temos de pagar um pouco mais caro, mas termos de ter a certeza que temos o controle sobre a produção”.

 

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LusoJornal