Cap Magellan organizou a 15º gala e entregou 5 Prémios_LusoJornal·Associações·16 Novembro, 2025 A associação Cap Magellan premiou ontem jovens, projetos, iniciativas cidadãs e talentos, na sua 15º gala, que decorreu no campus de Jussieu da Universidade Sorbonne, em Paris, e que pretendeu “promover e divulgar a cultura portuguesa e lusófona”. O evento teve apresentação de Diane Cardoso-Gomes de Paris Latina News e do habitual José Carlos Malato, da RTP. O convidado oficial foi o Secretário de Estado do Emprego de Portugal, Adriano Rafael Moreira. No total, foram atribuídos cinco prémios, entre os quais o Prémio Cap Magellan – Banque BCP da Melhor Iniciativa Cidadã, para Céline Lopes, uma lusodescendente que criou o podcast Agosto. “Agosto” apresenta relatos autênticos e cheios de saudade, que visam representar os lusodescendentes para além dos estereótipos. Os episódios abordam temas profundos como o racismo, a ditadura, a emancipação das mulheres, bem como a identidade e a dupla pertença. O objetivo de “Agosto” é fazer ouvir a voz de uma geração. Em declarações à Lusa, Céline Lopes descreveu o podcast como uma janela aberta sobre a vida de todos aqueles emigrantes que esperavam por esse mês para regressar a Portugal. “Para quem vive no estrangeiro, agosto é o mês de férias”, mas também “é um mês de família para quem está em Portugal, de saudade, de partilhas, de convívios, festas”, acrescentou. O vencedor do Prémio Cap Magellan – Fidelidade de Melhor Jovem Empreendedor, Davy Dias, contabilista certificado especializado em consultoria de internacionalização, subiu emocionado ao palco, onde recordou as diferenças que viveu em criança em relação aos outros, sempre com a esperança de “transformar a diferença numa força e numa oportunidade”. Hoje, Davy Dias, que teve a oportunidade de trabalhar mais de um ano em Portugal, sente-se plenamente tanto “francês como português” e afirma que, para ele, é “um orgulho ter esta dupla cultura”. Na cerimónia foram ainda entregues o Prémio Cap Magellan Novadelta do Melhor Estudante (Tiago Pires da Cruz, titular de três mestrados: em Ciências Políticas pela Sciences Po Bordeaux, Relações Internacionais pela Universidade de Coimbra e Direito do Ambiente pela Universidade Paris-Saclay), o Prémio Cap Magellan Império Assurances de Melhor Projeto Associativo (projeto Associativo APESIP, Associação de Pais de Alunos da Secção Internacional Portuguesa da Cité Scolaire Internationale Honoré-de-Balzac, em Paris) e o Prémio Cap Magellan Tempestade 2.1 do Melhor Revelação Musical (Mariana Portugal). “Mariana tem 12 anos e sente um enorme orgulho nas suas raízes portuguesas. É apaixonada pelo fado, um estilo que aprecia pela sua emoção e profundidade. Em 2025, participa no The Voice Portugal 6, uma experiência marcante que lhe permitiu dar a conhecer a sua voz e reforçar a ligação com a lusofonia. A sua voz doce e expressiva transmite uma grande sensibilidade” diz uma nota da associação. A Tuna Académica da Escola Superior de Educação do Porto (ESEPUS Tunae) abriu a sessão, o artista Miguel Moura fez ecoar as notas do Cante alentejano, Miguel Sol e Marco Ferreira, dois artistas franco-portugueses de universos complementares, conjugam guitarra flamenca, fado e canção franco-portuguesa. Também foi projetado em ante-estreia o documentário «Nunca haverá imagens suficientes», do realizador Philippe Machado Domingues, uma obra intimista que aborda o luto, a emigração e a distância. À margem da gala, a Lusa falou com o Deputado do PSD eleito pelo círculo da Europa, Carlos Gonçalves, que sublinhou a importância deste tipo de eventos e, em particular, o papel de uma associação como a Cap Magellan fora do país. Para o Deputado, “a associação de jovens faz um trabalho muito meritório” para Portugal. A Cap Magellan comemora 35 anos em 2026 e já anunciou que irá organizar vários eventos, tendo sempre como pano de fundo a cultura portuguesa e lusófona.