Carlos Gonçalves diz que os Consulados nunca funcionaram tão mal em Democracia

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O Deputado Carlos Gonçalves (PSD) eleito pelo círculo eleitoral da emigração na Europa disse ao LusoJornal que os Consulados de Portugal nunca tiveram tantos problemas desde que Portugal está em Democracia e falou mesmo de “colapso”.

Já numa reunião recente, a Secção de Paris do PSD tinha levantado o problema do funcionamento deficiente dos Consulados portugueses. “Depois do 25 de Abril, em democracia não me recordo de nenhum momento como aquele que nós vivemos atualmente, em que as pessoas não conseguem ter acesso ao Consulado Geral de Portugal, seja ele de Paris ou até o de Marseille” diz Carlos Gonçalves. “Tínhamos postos com problemas crónicos, como é o caso do Rio de Janeiro ou de Londres, mas hoje os grandes postos que servem grandes Comunidades estão todos em situação de dificuldade, independentemente do esforço que é feito pelos próprios Chefes de posto que praticamente estão só a tratar de questões administrativas, quase não podendo desempenhar funções políticas”.

O Deputado português fala de “situação que não tem paralelo” e desafiou a quem quer perguntar aos funcionários dos Consulados, “que estão numa situação de pressão”.

Carlos Gonçalves diz que neste momento há Consulados a fazer agendamentos para a primavera do próximo ano. “Desafio qualquer um a lembrar-me quando tivemos um atraso assim tão grande. É algo de inaceitável, nós temos um discurso político e depois temos a realidade das pessoas. Ora, hoje, o intervalo é demasiado grande entre o discurso político e a realidade” diz numa entrevista ao LusoJornal.

O Governo está a abrir Centros de atendimento telefónicos em Portugal e a França deve beneficiar de um desses centros brevemente, até porque muitos utentes se queixam de ninguém atender os telefones dos postos consulares. Carlos Gonçalves explica que não é muito favorável a esta decisão do Governo, “mas há pessoas no meu Partido que têm posições diferentes”. O Deputado prefere, pois, não criticar esta decisão.

Prefere dizer que “se o Governo tivesse cumprido todas as promessas que fez desde que exerce funções, se calhar não tinha problemas nos Consulados. Um dia o Ministro veio à Assembleia e disse-nos que ia recrutar 150 ou 160 trabalhadores. Eu até tinha dito que se fossem 100 eu já ficava feliz. Todos nós compreendemos que as expectativas foram defraudadas. Se tivesse cumprido as promessas não estaríamos neste ponto”.

O Deputado explica que é necessário aproveitar as soluções tecnológicas, “é fundamental que a informática dos postos funcione e é necessário que haja formação dos trabalhadores. A formação de trabalhadores é algo que foi esquecida. Eu sou do tempo em que havia formação de trabalhadores, os trabalhadores iam a Portugal, estavam com a Administração pública… isso acabou, morreu tudo” diz Carlos Gonçalves ao LusoJornal.

O PSD pediu recentemente uma reapreciação parlamentar do novo Regulamento Consular, criticando o Governo de querer acabar com as pequenas estruturas de atendimento ao público. “Acabar com esta visão de proximidade é grave, muito grave. É uma visão corporativista e exclui as pessoas e as pessoas são os Portugueses que moram no estrangeiro e merecem estes serviços de proximidade” explica o Deputado. “Eu, como Deputado, não ficaria bem não ter agido em defesa de uma estrutura de proximidade que possa defender as pessoas no estrangeiro. É a posição mais certa, mas não fomos só nós que pedimos de apreciação parlamentar, o PAN também tem um conjunto de propostas que vai mesmo mais longe do que o PCP em algumas matérias, porque implica também com as questões do pessoal dos Consulados”.

O debate no Parlamento teve lugar na semana passada, como aliás o LusoJornal noticiou, e Carlos Gonçalves acrescenta que “sobre estas questões dos Vice-Consulados ou dos Consulados Honorários, o Ministro dos Negócios Estrangeiros pouco ou nada disso. Ele já deve ter percebido que há uma visão corporativista e que não tem, em nossa opinião, a visão de um país repartido pelo mundo, até porque há países bem mais ricos do que nós que perceberam que não podendo ter Consulados de carreira em todo o lado, têm que ter uma malha mais pequena para poder servir as Comunidades”.

 

Ver a entrevista AQUI.

 

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LusoJornal