Carlos Soares morreu com uma bala perdida em Pontoise

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Carlos Soares, 34 anos, estava no sítio errado, na hora errada, esta quinta-feira no início da noite, em Pontoise (95) e foi surpreendido por uma bala perdida, numa luta com jovens do bairro de Marcouville.

Carlos Soares nasceu em Marcouville, mas morava na localidade vizinha de Osny. Tinha, no entanto, guardado amigos no bairro, com quem estava a partilhar um momento de convívio. Faleceu na ambulância que tentou socorrê-lo.

Tudo começou por uma mota roubada. Ao fim da tarde, um homem de 57 anos de idade, o filho e um amigo, ambos com 23 anos, decidiram dar uma volta pela ‘cité’ na esperança de encontrar a mota do rapaz, quando, de repente, aperceberam um rapaz a fazer gincanas com a mota. Levava a roda a frente no ar e circulava pela avenida de Lattre-de-Tassigny.

Reconhecendo a mota, em refletir, o condutor do camião deu uma guinada e lançou deliberadamente a camioneta contra a mota. Sem capacete, o rapaz de 21 anos ficou gravemente ferido e acabou por morrer no hospital Beaujon de Clichy algumas horas mais tarde.

Os rapazes do bairro acorreram de imediato e desafiaram os três homens que seguiam na camioneta. Um deles, o pai, sacou uma pistola de calibre 6.35, segundo o Procurador da República, e disparou pelo menos 5 tiros em várias direções, um deles atingindo Carlos Soares que estava mais longe.

O jovem português já não teve tempo de chegar ao hospital. Faleceu na ambulância que o veio buscar, com uma bala no peito.

“Carlos não tem nada a ver com os rapazes do bairro” diz a advogada da família Sandrine Paris-Heidegger. “É uma vítima colateral”, acrescenta.

Carlos Soares “trabalhava que se fartava”, dizem os amigos que o conheciam. Há dois anos casou com Pauline, que tem uma loja de pronto a vestir em Pontoise. Casaram pelo civil em França e pela igreja em Portugal, como costumam fazer muitos lusodescendentes. Tinham uma filha, Liva, com apenas 5 anos de idade, e instalaram-se em Osny, numa casa que Carlos renovou, sozinho ou com a ajuda dos dois irmãos, François e David.

O Maire de Pontoise Stéphanie Von Euw, visitou ontem à tarde a família. A mãe, Flora, está destroçada com a morte do filho.

Neste momento ainda não se conhece a data do funeral, mas os amigos e os colegas organizaram uma “recolha solidária de fundos” no site Leetchi para apoiar a família a passar esta fase delicada.

 

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LusoJornal