LusoJornal / LSGCemitério português de Richebourg passa a ser Património Mundial da HumanidadeCatarina Falcão·Comunidade·21 Setembro, 2023 [pro_ad_display_adzone id=”37510″] A Unesco classificou na quarta-feira 139 lugares de memória da I Guerra Mundial em França e na Bélgica incluindo o Cemitério militar português de Richebourg, onde estão sepultados 1.831 soldados portugueses que morreram no conflito. Esta é uma candidatura que a França e Bélgica lançaram em conjunto em 2017 e cuja apreciação tinha sido adiada para 2021. Dois anos depois desta data, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) conferiu o estatuto de Património Mundial da Humanidade a estes lugares, muitos deles cemitérios, que evocam a memória dos soldados mortos na I Guerra Mundial. O Cemitério militar português de Richebourg, no departamento de Pas-de-Calais, onde entre 1924 e 1938 foram sepultados 1.831 soldados portugueses, faz parte deste conjunto e nas últimas décadas tem aproximado esta região de Portugal. “Somos o território da I Guerra Mundial e por isso há amizade, cooperação internacional, valorização da memória e muitos voluntários para fazer viver esta memória. Por exemplo, a cidade Arras é geminada com a Batalha, o Maire de Richebourg foi à casa do soldado Milhões em Murça, há uma grande cooperação entre as localidades. E a ideia de desenvolver mais o conhecimento sobre a participação portuguesa na Guerra e o turismo da memória, é algo muito importante”, afirmou Bruno Cavaco, Cônsul honorário de Portugal em Lille, em declarações à Lusa. Há vários anos que este Cemitério é cuidado pela Associação União Franco-Portuguesa de Richebourg, que lidera anualmente as comemorações da participação dos soldados portugueses neste conflito, apoiada pelas autoridades locais. O Cemitério foi recentemente alvo de obras por parte do Ministério da Defesa de Portugal, com o então Ministro desta pasta, João Gomes Cravinho, a dizer que o investimento na memória é “um investimento no presente e no futuro”. Em 2018, este cemitério já tinha recebido obras de requalificação já que fez parte das celebrações do centenário da Batalha de La Lys, a maior derrota militar portuguesa na I Guerra Mundial, recebendo a visita do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, mas também do Presidente francês, Emmanuel Macron. Só na batalha de La Lys terão morrido cerca de 500 portugueses e milhares foram feitos prisioneiros. A classificação deste conjunto de monumentos engloba ainda um cemitério indiano, vários cemitérios ingleses e canadianos e também um cemitério chinês, com 842 campas de chineses que trabalhavam para o Exército britânico e que pereceram durante os combates. A Comissão do Património Mundial da Unesco está reunida até 25 de setembro, em Riade, na Arábia Saudita, apreciando as candidaturas de monumentos em todo a mundo. [pro_ad_display_adzone id=”46664″]