Centenário da Grande Guerra em França com homenagens aos portugueses

A França vai homenagear os soldados portugueses que combateram na Primeira Guerra Mundial com vários eventos, entre 6 de abril e 7 de maio, de acordo com a Coordenadora das atividades Aurore Rouffelaers.

As atividades vão decorrer em La Couture, Richebourg, Neuve-Chapelle e Lillers, as quatro cidades do norte de França onde ocorreu, há quase 100 anos, a Batalha de La Lys, na qual os soldados portugueses foram destroçados pelos alemães na véspera do render de tropas.

A data central das homenagens vai ser a 09 de abril, com a comemoração dos 100 anos da Batalha de La Lys, no Cemitério Militar Português de Richebourg l’Avoué, um evento inscrito no programa oficial francês do Centenário da Primeira Guerra Mundial.

Em Richebourg, onde estão sepultados 1.831 soldados, vai haver uma exposição sobre os descendentes de militares portugueses que combateram na Grande Guerra, Comissariada por Aurore Rouffelaers.

Na localidade vizinha de La Couture, onde está o Monumento aos Mortos da Grande Guerra, projetado pelo escultor Teixeira Lopes, está a ser realizado um mural para «contar em imagens a história da Grande Guerra». O mural, promovido pelo município, deverá ser inaugurado a 9 de abril, durante as comemorações oficiais do Centenário da Batalha de La Lys.

Ainda em La Couture, a associação Alloeu Terre de Batailles 1914-1918 vai fazer uma exposição sobre a participação portuguesa na batalha e, em colaboração com a associação La Couture Champs de Cultures (L3C), vai publicar uma brochura sobre o Corpo Expedicionário Português.

Em Neuve-Chapelle, onde estava a linha da frente na Batalha de La Lys, vai ser exposta a coleção do Corpo Expedicionário Português de Afonso Maia, neto de um soldado português que participou na Grande Guerra e que dedicou grande parte da sua vida a estudar o CEP.

No centro de turismo de Lillers, vai ser realizada uma exposição intitulada «Amores Suspensos», a partir de cerca de 150 cartas de soldados portugueses e que também faz parte da coleção de Afonso Maia.

No Manoir de La Peylouse, uma mansão do século XIX que era o quartel-general do CEP na localidade Saint-Venant, o jardim vai ter plantas com as cores de Portugal e retratos de soldados nas árvores entre abril e outubro, e vai ser difundido, no canal público France3, um documentário sobre escritores e poetas portugueses que participaram na guerra.

Na localidade de Saint-Venant, onde estava o Corpo Expedicionário Português, vai ser organizada uma exposição sobre os soldados portugueses na Batalha de La Lys, numa iniciativa da «Association de recherches historiques, archéologiques et militaires» (Arham).

O Centro de turismo de Béthune-Bruay vai promover visitas guiadas sobre a Batalha de La Lys em francês e em português e está, atualmente, a formar guias para fazerem esse trabalho em língua portuguesa e poderem receber turistas portugueses no âmbito das comemorações.

O centro de turismo também vai acrescentar sete etapas ao «Chemin de Mémoire» sobre a Batalha de La Lys, um itinerário sobre esta batalha cujos painéis informativos têm um código QR para aceder a informações na internet sobre a história do local.

No «Chemin de Mémoire» vai haver, ainda, painéis transparentes a mostrarem as paisagens como eram há cem anos e cinco painéis de personalidades lusas que marcaram a Grande Guerra.

Aurore Rouffelaers disse, também, que se está a preparar a primeira cerimónia portuguesa junto à escultura monumental «Anneau de la Mémoire», na cidade de Ablain-Saint-Nazaire, onde estão inscritos os nomes de 579.606 soldados de 40 nacionalidades mortos na Grande Guerra, incluindo 2.266 portugueses.

 

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LusoJornal