Christophe Fonseca estreou um filme documentário sobre o pintor franco-chinês Chu Teh-Chun

[pro_ad_display_adzone id=”46664″]

O realizador lusodescendente Christophe Fonseca apresentou na semana passada, pela primeira vez e para um público restrito, o novo filme documentário intitulado “Chu Teh-Chun 朱德群” consagrado à vida e à obra do pintor franco-chinês Chu Teh-Chun, por ocasião da comemoração do centenário do nascimento do artista (1920-2014).

O filme, produzido pela produtora “Les Films de l’Odysée” com a participação da Fundação Chu Teh-Chun, vai voltar a ser apresentado em Paris no dia 22 de outubro, na Fondation Jérôme Seydoux-Pathé, ainda para um público restrito tendo em conta as regras sanitárias, no dia 5 de novembro no Mamco de Genebra, onde está a sede da Fundação, e no dia 1 de dezembro, na Ópera de Shangai, na China.

Nascido a 24 de outubro de 1920, Chu Teh-Chun é hoje reconhecido na China como um dos pintores mais importantes do século XX, e uma das grandes figuras da abstração lírica do ocidente. Foi o primeiro francês de origem chinesa a ter integrado a Academia de Belas Artes de Paris.

Durante 80 minutos, Christophe Fonseca entra no universo do artista para apresentar Chu Teh-Chun. Através de testemunhos de especialistas, descendentes do pintor e graças aos arquivos da família, que estão atualmente em fase de organização, o filme viaja pela infância do artista – que entrou com apenas 15 anos na célebre Academia Nacional de Belas Artes, em Hangzhou – segue o périplo do jovem Chu Teh-Chun no início do século passado, numa China em pleno conflito sino-japonês, a sua viagem para Paris em 1955, e os mais de 2.500 quadros que pintou, para além das obras em papel, caligrafias e até cerâmicas.

Tal como fez para os filmes “Amadeo de Souza Cardoso, le dernier secret de l’art moderne” e “Pissaro, sur les traces du père des impressionnistes”, Christophe Fonseca mergulha no universo do artista e “pinta”, também ele, um quadro poético, cheio de cor e de movimento, por ocasião de uma grande exposição retrospetiva que vai ser dedicada a Chu Teh-Chun no Museu Nacional da China, em Pequin. A exposição segue depois para outras cidades asiáticas, Médio-Oriente, Europa e Estados Unidos.

“É para prestar homenagem ao meu pai e para pôr em destaque o seu trabalho, que nós decidimos, a minha mãe e eu próprio, participar na realização deste filme documentário” explica Yvon Chu, filho do artista, Vice-Presidente da Fundação Chu Teh-Chun, que também esteve na primeira apresentação, na semana passada, em Paris. “Esta também é a razão de ser da nossa fundação, mostrar a obra e a história deste artista franco-chinês, singular com múltiplos talentos. Nunca houve um filme retraçando o seu percurso pessoal e o seu percurso artístico”.

O convite a Christophe Fonseca foi feito depois da família de Chu Teh-Chun ter visto o filme sobre o pintor impressionista Camille Pissaro.

Para além da família do artista, participam no filme o Diretor do Museu Cernuschi, Eric Lefebvre, o artista Yan Pei-Ming, a perita em arte asiática Léonore de Magné, o Presidente do Museu Nacional das artes asiáticas Guimet, Sophie Makariou, mas também o antigo Vice-Ministro da Cultura da China, Wang Wenzhang, a Diretora Geram do Grande Teatro de Shangai, Zhang Xiaoding e o Diretor do Museu contemporânea da Academia de Belas Artes da China, Yu Xuhong.

Mas Christophe Fonseca não se ficou pela história do artista, que teve o seu último atelier em Vitry. Entrou também no universo artístico de Chu Teh-Chun, desde a caligrafia à abstração ocidental, passando pela pintura chinesa clássica. No fim da sua vida conseguiu fazer a simbiose entre todas as essas técnicas, num estilo muito pessoal. “Eu tenho de perceber bem o artista, conhecer bem a sua arte, o seu universo, para depois passar para a escrita de um filme como este” confessou o realizador ao LusoJornal. “E nenhum dos planos do filme está ali gratuitamente. Todos fazem referência a obras de Chu Teh-Chun ou a sítios por onde ele passou”. Há até um “jogo de pistas”, reservado aos especialistas, para descobrirem a que correspondem 600 planos do documentário.

O filme deve ser apresentado na abertura de cada uma das exposições retrospetivas do artista e também está prevista pelo menos uma difusão no canal chinês de televisão CCTV, o canal com mais de 1,2 mil milhões de telespetadores.

 

[pro_ad_display_adzone id=”37509″]

LusoJornal