LusoJornal | Marco Martins

Ciclismo | Bernardo Gonçalves: «Correr em França e na Bélgica é um sonho»

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A Volta a França chegou no passado domingo a Paris, após 21 etapas com o triunfo do esloveno Tadej Pogačar (UAE-Team Emirates). No entanto nesse mesmo dia, perto da Região parisiense, em Nogent-sur-Oise, decorreu uma prova internacional que contou com a participação de um atleta português, Bernardo Gonçalves (Lviv Continental Cycling Team).

O vencedor da 76ª edição do Grande Prémio Internacional de Nogent-sur-Oise foi o estónio Karl Patrick Lauk (Team Pro Immo Nicolas Roux).

O ciclista português de 22 anos não se sentiu bem e decidiu desistir.

Bernardo Gonçalves, originário de Rio de Couros, Ourém, tem aliado os estudos e a vida de ciclista, tendo aliás estudado em Coimbra nos últimos cinco anos.

O atleta luso começou a carreira ciclista em 2015 e em 2016 na equipa júnior do clube de ciclismo José Maria Nicolau, antes de subir ao escalão superior, sub-23, com essa mesma equipa. Em abril de 2018 acabou por ir para uma equipa espanhola, Ginestar Ulb Sports, onde permaneceu duas épocas.

Em 2020 foi o salto para a equipa paraguaia Massi Vivo-Conecta, antes de assinar pelos ucranianos do Lviv Continental Cycling Team.

Em entrevista ao LusoJornal, Bernardo Gonçalves abordou a sua paixão pelo ciclismo.

 

A prova em Nogent-sur-Oise não correu como desejava?

Infelizmente, tive problemas intestinais durante os dias anteriores à prova, e não conseguia pedalar em condições sem dores de barriga. Alinhei à partida, mas logo verifiquei que não estava bem fisicamente, e a equipa e eu decidimos que era melhor parar, antes que ficasse pior. Assim, o foco foi tentar recuperar o corpo, para o futuro.

 

Competir em França é sempre interessante? Vive numa terra de ciclismo, a Bélgica, mas a França também é…

Correr em França e na Bélgica é um sonho. As provas são muito diferentes nos dois países, e muito diferentes de Portugal e Espanha, o que me permite acumular muita experiência. Estive na Bélgica, primeiro no Hotel Van der Valk, em Beveren, e agora na casa da equipa em Hamme, e tem sido um privilégio estar aqui. É bastante diferente de Portugal, mas isso foi o que eu procurei sempre nestes primeiros anos no ciclismo. Ganhar experiência e conhecer pessoas de todos os cantos do mundo.

 

Bernardo, está na equipa Lviv, como surgiu essa oportunidade? E como tem sido a experiência?

Entrei nesta equipa pela mão do Diretor desportivo Luc Schuddinck, com quem estava no ano anterior. Ele sempre acreditou e acredita no meu potencial e tem me dado um apoio que poucos têm a hipótese de ter. Esta experiência tem sido um carrossel com altos e baixos. As provas na Bélgica não são muito ao meu jeito, sendo para corredores explosivos e possantes, e logo sofro muito sempre. Mas também tive a oportunidade de fazer uma prova por etapas na Ucrânia, e mostrar as minhas capacidades.

 

Como surgiu essa paixão pelo ciclismo?

A primeira prova de ciclismo que me lembro de ver na televisão foi em 2006. Etapa 20 do Tour. No entanto, comecei a ver regularmente, após ver a etapa 10 da Vuelta, onde o Sérgio Paulinho ganhou a etapa desse ano. Desde aí, a paixão pelo ciclismo apareceu. Depois, graças ao meu irmão, comecei a andar de bicicleta na estrada com ele, enquanto ele estava na Universidade. Ele começou a trabalhar, mas eu continuei a treinar regularmente, pois usava o Strava já em 2014, para bater os KOMs que lá existiam.

 

É complicado praticar, evoluir e poder ser profissional em Portugal?

Em Portugal, o ciclismo é diferente. Pode-se evoluir e criar grandes ciclistas em Portugal, mas eu procurei fazer a minha formação além fronteiras, para não só fazer essa evolução como ciclista, mas também evoluir como pessoa e conhecer um pouco a Europa e outras culturas.

 

Quais são os objetivos e as ambições para o futuro?

O objetivo agora é criar alguma sustentabilidade na minha carreira desportiva. Eu há poucos dias terminei o mestrado em Engenharia mecânica na FCTUC, e logo agora existem várias opções que devo analisar para perceber que rumo a minha carreira irá ter.

 

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