CILCP organizou mais uma edição de “Ler consigo… Consigo ler” em Lyon

No sábado, dia 6 de abril, o Centro internacional de língua e cultura portuguesa (CILCP), que funciona na Escola de comércio de Lyon, em Vaise (9° bairro), organizou mais uma edição do programa “Ler consigo… Consigo ler”.
Este é um encontro entre alunos, pais e convidados que apresentaram um livro, uma história, ou simplesmente falar em português no decorrer deste dia.

Estavam convidados para esta ação, o Cônsul-Geral de Portugal em Lyon, André Sobral Cordeiro, o empresário Gil Martins, a escritora Amélia Diogo de Ascensão e o Conselheiro das Comunidades Portuguesas, Jorge Campos.

Este é um projeto do ex-Presidente da República portuguesa, o falecido Jorge Sampaio: o de promover a leitura em português, de textos da nossa literatura clássica e contemporânea. No CILCP de Lyon implicou alunos de diferentes níveis escolares, durante toda a manhã.

Cerca de cinquenta alunos, jovens e adultos, e os respetivos convidados, dialogaram sobre este projeto linguístico, “que preserva a nossa cultura e a nossa história”.

O empresário Gil Martins leu aos alunos dos primeiros níveis, histórias infantis, que visivelmente foram apreciadas pelas crianças. Além de ter sido leitor por uma manhã, Gil Martins é também o pai de dois alunos que frequentam o CILCP há dois anos. “Penso que é muito importante que os pais, em casa e nas escolas façam tudo para que os filhos continuem a terem a possibilidade de aprenderem o português” disse Gil Martins. “Repito, em casa e nas escolas, pois será sempre uma mais-valia para eles e não só. Mais tarde, no mundo do trabalho, será uma realidade muito positiva, mas também na vida social em França, como em Portugal, tendo a possibilidade de comunicarem em português com os membros da família e os amigos” concluiu ao LusoJornal, satisfeito com o que viveu neste dia.

A autora Amélia Diogo de Ascensão apresentou o seu recente livro “Partir para uma vida melhor”, onde ela descreve os factos reais da epopeia que viveu o pai da autora e toda a família, com o salto, imigrando de Portugal para França nos anos sessenta, com todas as dificuldades físicas e sentimentais inerentes pela sua tenra idade.

A autora dialogou com os alunos adultos do CILCP durante várias horas e também propôs a compra do livro editado há menos de meio ano.

“Eu estou a descobrir o interesse pela língua portuguesa, pois falo muito pouco o português. Quando cheguei a França era muito nova, era uma criança de cinco anos quando cheguei a Lyon” disse Amélia Diogo. “A língua que eu tive que aprender em prioridade foi o francês, para ajudar os meus pais e a família, a se integrarem melhor. E foi o que aconteceu. Falar português não era uma prioridade na nossa casa. O pouco que sabia, esqueci-o, e foi o francês que eu assimilei rapidamente, e que depois usei, em toda a minha vida. Hoje estou reformada, mas tenho a intenção de aprender e de me aperfeiçoar na língua portuguesa”.

O CICLP acolhe os alunos que desejam aprender a língua portuguesa, qualquer que seja a idade. Rosa Maria Queiroz é a Diretora pedagógica, que além o CILCP, leciona também na Universidade Jean Monnet de Saint Etienne, onde é responsável pelo ensino de português.

LusoJornal