Home Cultura Cinema e Literatura: “Les Mystères de Lisbonne”: disponível no canal Arte.tvNuno Gomes Garcia·8 Dezembro, 2021Cultura [pro_ad_display_adzone id=”37509″] Numa época em que o modo de ver cinema ou televisão tem sofrido uma revolução com os serviços de streaming, o Arte TV – o canal franco-alemão com uma excelente aplicação de streaming e replay – disponibiliza, até fim de abril de 2022, a série franco-portuguesa “Mystères de Lisbonne”. São seis episódios de cerca de 50 minutos cada um para verem durante as festas. Realizada em 2010 pelo franco-chileno Raúl Ruiz (1941-2011), a série – que também tem uma versão em filme – é uma adaptação de Carlos Saboga do romance “Os Mistérios de Lisboa” de Camilo Castelo Branco. Obra publicada em francês pela Éditions Michel Lafon em 2018 – “Les Mystères de Lisbonne” e que foi reeditada há pouco, juntamente com o “Caderno Negro” – “Le Cahier Noir” – obra que foi também adaptada ao cinema pela chilena (e viúva de Ruiz) Valéria Sarmiento em 2018. Galardoado com o Prix Louis-Delluc e o Globo de Ouro para melhor filme, “Mystères de Lisbonne” é a prova da ligação íntima entre Raúl Ruiz, que disse em entrevista, um ano antes de morrer: “Eu pratico a portugalidade há trinta anos. É uma vida inteira. Portugal é como o Chile… em melhor. Não sei se essa é a boa fórmula, mas existe uma espécie de melancolia que nós partilhamos”. “Mystères de Lisbonne” conta duas histórias que se confundem e se fundem. A história de Pedro da Silva só pode ser contada se não esquecermos a história do Padre Dinis. Pedro é órfão e é criado por Dinis, que o trata como se de um filho se tratasse. Pedro é fruto de um amor proibido e motivo de uma grande tragédia. É filho de uma das maiores famílias portuguesas e foi desejado por uns e indesejado por outros. Pedro viveu e conheceu a verdade. É essa busca que o leitor/espetador acompanha. Esta grande obra do romantismo português é uma tragédia intemporal. Atravessa gerações e põe a nu certos traços da decadência humana. Filhos ilegítimos que têm de morrer, duelos de honra, perseguições e fortuna. Um filme (e um livro) a não perder. [pro_ad_display_adzone id=”46664″]