Cláudia Martins apresentou “Desgarradas, Concertinas e Tradições” na FNAC Paris Saint Lazare


A FNAC de Saint Lazare, em Paris, acolheu ontem à tarde centenas de pessoas para a apresentação do livro “Desgarradas, Concertinas e Tradições”, da autoria de Cláudia Martins, vocalista e mentora da banda “Minhotos Marotos”.

Numa tarde repleta de emoções, a cantora oriunda de Guimarães referiu que “as memórias são o maior património que carregam” ao longo dos 15 anos de carreira, e nos concertos no estrangeiro, “somos tantas vezes acolhidos por famílias de emigrantes, com quem vamos criando amizade, e que em tantos momentos as vivências resultam em histórias que são inesquecíveis”.

“A primeira vez que toquei no estrangeiro foi precisamente aqui em França, em 2006, quando juntamente com o Grupo Folclórico de S. Torcato, participámos numa Festa de S. João”, recordou, acrescentando que a viagem foi “inesquecível, por ter sido a primeira vez que estaria a tocar junto das Comunidades de emigrantes, que tanto me ensinam sobre o orgulho em ser português”.

Cláudia Martins destacou “o carinho e o respeito” sempre que toca por terras de França.

“As Comunidades da diáspora estão longe, sentem saudades, valorizam muito o que é seu, o que é nosso e sentem necessidade de sentir o país onde estão as suas raízes”, disse ainda, considerando que ao levar a música portuguesa além-fronteiras “levamos um bocadinho do nosso país e isso, por algumas horas, teletransporta cada uma daquelas pessoas de volta a Portugal”.

“Somos muito valorizados, somos muito acarinhados, é inexplicável, é quase como ao nos darem um abraço, estivessem a abraçar Portugal”, reiterou.

Ao escrever este livro, “tive presente os emigrantes, é também uma homenagem a cada um deles, pois os emigrantes são esperança e saudade, são solidão e verdade, mas são resiliência e coragem”.

Este livro contém um capítulo inteiramente dedicado a estas memórias com o objetivo de homenagear os emigrantes.

A 06 de fevereiro de 2009, os “Minhotos Marotos” davam o seu primeiro concerto, em Lousada, e para assinalar os 15 anos de carreira, Cláudia Martins escreveu este livro com o objetivo de “aproximar o povo das tradições, porque conhecimento é vida, e quanto mais dentro de uma história estivermos, mais essa história é eternizada, porque enquanto há memória, há vida”.

O livro conta com um texto de Augusto Canário que explica a importância de continuar a cantar as tradições. O professor Capela Miguel vinca num texto essa importância da cultura e das tradições como traço característico de um povo. O professor Diamantino Ribeiro ajuda a perceber a importância e o impacto da música no conceito de bem-estar.  Dentro da equipa dos Minhotos Marotos, o Road Manager Telmo Ribeiro leva cada leitor para cima do palco ao revelar os pormenores que compõem a magia que está por trás de cada concerto, e a equipa de Comunicação mostra através de dados concretos que aquilo que se faz no palco vai muito além do palco. Filipe Gachineiro escreveu uma lição sobre a origem da concertina e ficou ainda disponível o método de ensino criado pela Cláudia Martins. O Paulino Brasileiro fala um bocadinho daquilo que foi criar um trabalho único ao contar a história de Portugal em verso, cantando à desgarrada. A edição é da Tradisom.

LusoJornal