Comunistas de França apelam ao voto no “Nouveau Front Populaire”


A Organização da emigração do PCP emitiu um comunicado esta semana de apoio ao “Nouveau Front Populaire” nas próximas eleições legislativas francesas, alertando para que “Não deixemos a França cair na armadilha do fascismo xenófobo e racista”.

“Nós, portugueses comunistas a viver em França, sabemos o que representa a extrema-direita. Após 48 anos de um regime ditatorial fascista em Portugal, sabemos aquilo que define o Rassemblement National em França: ódio, guerra, abandono das classes populares, do Estado Social, aumento da pobreza e da miséria, proteção dos mais ricos, xenofobia, racismo, islamofobia, antissemitismo, ataque às minorias e às mulheres, intolerância, o ecocídio, retrocesso cultural e civilizacional” lê-se no comunicado. “Nós, portugueses, vítimas da extrema-direita, vivemos tudo isso. Sentimos na pele a falta de liberdade, a guerra, a perseguição política, o empobrecimento dos pobres e o enriquecimento dos ricos. Nós, portugueses comunistas, que nos libertamos do jugo do fascismo no dia 25 de Abril de 1974, verificamos, horrorizados, o risco que a França corre nas próximas eleições legislativas”.

Intitulado “Não à extrema-direita. Não ao Rassemblement National. Sim ao Nouveau Front Populaire”, o comunicado diz que a França tem “uma alternativa” graças ao Nouveau Front Populaire. “Uma União das Esquerdas que, em 1936, nos ofereceu avanços, à época, revolucionários, e dos quais ainda hoje beneficiamos, como por exemplo férias pagas, redução do horário do trabalho, fixação do salário mínimo, numerosas contratações coletivas, reconhecimento do direito sindical, aumento da escolaridade obrigatória, nacionalizações de empresas de transportes, direito à cultura, etc.”.

Para os Comunistas, “este Nouveau Front Populaire impedirá o retrocesso social e civilizacional inerente à extrema-direita, como sejam a abolição da dupla nacionalidade ou a medida racista xenófoba e desumana de dar prioridade aos franceses no acesso aos cuidados de saúde”.

“Apelamos por isso a todos os humanistas, progressistas, democratas, e amantes da paz, que votem no Nouveau Front Populaire de modo a que comece na França o levantar de uma barricada sanitária europeia contra a ameaça que, tal como há 100 anos, paira hoje sobre o continente e que levou à guerra planetária, ao genocídio e ao sofrimento mais extremo. Não deixemos a História repetir-se. Essa ameaça mortífera é a extrema-direita e os partidos que lhe dão corpo, sendo o Rassemblement National, e tudo o que ele representa – ódio, intolerância, ataque às classes populares – o seu melhor exemplo. Não nos esqueçamos que, apesar dos discursos enganadores e da pele de cordeiro que veste o lobo, a extrema-direita é o braço armado dos ricos e dos poderosos”.