No sábado passado, um grupo de entusiastas portugueses empenhados lançaram as festividades comemorativas do 50º aniversário da Revolução dos Cravos com um programa “atrativo e autêntico”. Uma casa cheia partilhou a história de um país, a sua gastronomia e, sobretudo, um concerto de fado.
A Associação Cultural Portuguesa de Strasbourg (ACPS), com a sua Presidente Elisabeth Rodrigues, organizou o evento em conjunto com a Cônsul-Geral de Portugal em Strasbourg, Patrícia Gaspar, o Representante Permanente de Portugal junto do Conselho da Europa, Gilberto Jerónimo e Sara Santos, uma professora de português que leciona nas escolas primárias e secundárias de Strasbourg.
“Unir forças e fazer algo maior com um impacto maior” é o objetivo alcançado por estes entusiastas da cultura portuguesa.
Sara Santos propôs um atelier pedagógico a cerca de trinta alunos. A ideia era “pôr em evidência a ideia de liberdade de cada um”, e o resultado é um grande friso de postais onde cada jovem da escola primária ou do liceu internacional Vauban, em Strasbourg, escreveu as suas emoções e sentimentos em palavras e ilustrações.
Alfonso, um aluno do 4º ano, trouxe a sua família partilhar a sua citação: “Não ser racista é um pilar da liberdade”, porque se apercebeu que há muito racismo em algumas turmas. A professora está fortemente empenhada neste projeto porque “os jovens de hoje são o futuro e temos de os consciencializar de que a liberdade é algo que nunca podemos tomar como garantido”!
A sala foi também revestida de cartazes com fotografias de arquivo da Revolução dos Cravos. Aqui pode ficar a conhecer a história da Revolução, incluindo o facto dos cravos, as flores da época, terem sido oferecidos aos soldados por um vendedor de uma loja em Lisboa. Este cravo vermelho, que viria a tornar-se um símbolo, foi introduzido no cano das suas armas. Representa o fim pacífico do regime totalitário que governava Portugal.
Esta comemoração é também uma oportunidade para recordar que a França acolheu uma grande Comunidade portuguesa antes da Revolução, bem como exilados políticos. Os Portugueses descobriram a democracia em solo francês.
“Os organizadores tiveram a ideia de oferecer uma noite de fado e houve uma verdadeira loucura por esta forma de arte”, explica Elisabeth Rodrigues, a Presidente da ACPS.
A prova é que o concerto teve lotação esgotada, com cerca de 200 pessoas a ouvir a cantora Joana de Deus, de Lisboa, acompanhada por Miguel Braga na guitarra portuguesa e Joaquim Caniço na guitarra francesa. Joana canta com o coração e a alma, e este trio, liderado pela bela fadista que canta canções populares, conquistou rapidamente o público!
Um evento que continua a criar e a reforçar os laços entre os povos e os países. Outros eventos vão seguir, como uma exposição fotográfica, filmes e poesia…