Home Política Congresso do PS: Paulo Pisco voltou a defender um Museu da EmigraçãoCarlos Pereira·30 Agosto, 2021Política [pro_ad_display_adzone id=”46664″] O Deputado Paulo Pisco participou no 23º Congresso do Partido Socialista (PS), que decorreu este fim de semana em Portimão. Numa primeira intervenção abordou questões como a importância de fazer um mapeamento da diáspora portuguesa e apelou mais uma vez à criação do Museu Nacional da Emigração (ou diáspora). Numa segunda intervenção, apresentou uma moção de que foi o primeiro subscritor, e que tem o título “Considerar de interesse europeu as políticas para as diásporas”. Paulo Pisco começou por saudar os Delegados ao Congresso, “e particularmente os nossos delegados e militantes das Comunidades, que não estão aqui presentes como gostariam”. Felicitou António Costa “e muito particularmente toda a equipa da saúde, pela extraordinária capacidade de governação que demonstrou ao longo da mais grave crise sanitária dos últimos 100 anos, impedindo que ela se transformasse numa crise económica e social, como o comprovam o atual desemprego relativamente baixo e as boas perspetivas de crescimento económico”. “A relação com os portugueses e lusodescendentes que estão fora do país não é fácil, não apenas por causa da distância e dispersão, mas acima de tudo porque não os conhecemos suficientemente bem. Daí a necessidade de fazer um mapeamento das Comunidades portuguesas para as conhecer melhor nas suas diferentes perspetivas e para saber melhor quais são as suas expectativas em relação ao país de acolhimento e em relação a Portugal” disse Paulo Pisco, acrescentando que a proposta também fez parte de um relatório do Conselho da Europa de que é autor. “Este trabalho de conhecer melhor as nossas comunidades deveria mobilizar não apenas o Governo, mas também o Parlamento, as universidades, as autarquias, o Observatório da Emigração, e as nossas missões diplomáticas e consulares” discursou o Deputado. Paulo Pisco chamar a atenção para “um projeto que se insere perfeitamente nos objetivos da transição digital”, que é o Museu Nacional da Emigração ou da Diáspora. E lembrou que a proposta foi aprovada numa moção da qual foi o primeiro subscritor no Congresso de Lisboa em 2016 e depois através de um Projeto de Resolução na Assembleia da República. “Este Museu Nacional da Emigração tem uma dimensão humana que poucos museus terão no nosso país e poderia ser criado à semelhança do Epic Museum, o museu da emigração irlandesa, que está em Dublin e é inteiramente digital. Também Portugal deveria ter um grande museu que honrasse e retratasse a história e a memória da nossa emigração e do seu importantíssimo legado humano, cultural, patrimonial e linguístico, associado a outros polos museológicos existentes no país e no estrangeiro” disse Paulo Pisco na tribuna. “E certamente que seria um sucesso entre os milhões de portugueses e lusodescendentes, desejosos de conhecer as suas raízes e origens. Seria também um poderoso dinamizador cultural, económico, turístico e académico. E, neste contexto, Matosinhos está particularmente bem colocado pelo seu projeto, vontade política, centralidade e conceito. Só falta concretizar”. Mais políticas europeias para as Comunidades Na apresentação da moção “Considerar de interesse europeu as políticas para as diásporas”, Paulo Pisco lembrou “a ausência da União europeia no apoio aos governos nacionais na relação com as suas diásporas”. “Da mesma forma que um Estado nacional acompanha e apoia todos os cidadãos residentes no território, deve esforçar-se por o fazer também quando ele emigra, porque não deixa de ser cidadão nacional nem um seu representante. Uma abordagem humanista das migrações e das diásporas é fundamental para criar sociedades mais fortes, justas e coesas”. “Ora, por diversas vicissitudes políticas e ideológicas, pela distância e pela dispersão das nossas Comunidades, as políticas que lhes são dirigidas sempre foram geridas apenas a nível nacional e com recursos relativamente insuficientes que não permitem captar o seu imenso potencial em termos económicos, culturais, políticos e diplomáticos que têm em muitos contextos”. Paulo Pisco considera que não faz sentido a União Europeia não ter nos Tratados, na legislação, nos programas ou políticas comunitárias “qualquer referência ao papel que as diásporas desempenham nas nossas sociedades. Basta pensar, por exemplo, que existem cerca de 13 milhões de cidadãos comunitários a viver noutro Estado-membro, entre os quais cerca de dois milhões de portugueses e lusodescendentes”. “Por isso, o objetivo desta moção, para a qual peço o vosso apoio, é apelar ao Governo para que defenda nas instituições europeias que as políticas para as diásporas possam ser consideradas de interesse europeu, para que cada Estado-membro possa ir mais longe na relação com as suas diásporas, para que se aprofundem estratégias e políticas que sejam também financiadas pela União Europeia, particularmente no domínio da Língua e da cultura, da valorização do movimento associativo, na modernização consular, no emprego e formação profissional, entre outros aspetos, o que seria um extraordinário contributo para a valorização e reconhecimento de todas as diásporas”. [pro_ad_display_adzone id=”41077″]