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Conselheiros das Comunidades eleitos em França reuniram-se em Paris

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Os Conselheiros das Comunidades Portuguesas eleitos em França em setembro de 2015 tiveram no sábado passado a sua primeira reunião nacional, nas instalações do Consulado Geral de Portugal em Paris e foram depois recebidos pelo Embaixador português na Embaixada de Portugal em França.

Na verdade, os Conselheiros de França tiveram uma primeira reunião em 2016, na Embaixada de Portugal, mas cada um teve de pagar a sua própria viagem porque vão havia verbas para pagar as viagem a quem vinha de fora de Paris. “Nós já não ganhamos nada com esta função, se ainda temos de pagar as viagens do nosso bolso para ir às reuniões a Paris…” ironisa Manuel Cardia Lima, Conselheiro das Comunidades eleito em Lyon.

Com 10 Conselheiros eleitos, a França é o segundo país, logo depois do Brasil, a ter o maior número de Conselheiros, por isso justifica-se que hajam reuniões por país. “Nós solicitámos, durante vários anos, essa possibilidade que foi-nos sempre negada, mas achamos que os Conselhos locais são essenciais para transmitir posições ao CCP/Europa, que por sua vez as levará ao Conselho Permanente” explica Paulos Marques ao LusoJornal.

Nesta reunião, onde participaram 8 dos 10 Conselheiros das Comunidades eleitos em França, e que durou todo o dia, começou de manhã no Consulado Geral de Portugal em Paris, na presença do Cônsul Geral Carlos Oliveira. Os Conselheiros reuniram também com a Coordenadora do ensino de português em França, Adelaide Cristóvão, com os representantes eleitos em Portugal do equivalente francês do Conselho das Comunidades e até estabeleceram ligação com o Conselho Permanente do CCP que esteve reunido de forma digital durante a mesma tarde. “Falámos de matérias essenciais que dizem respeito às nossas Comunidades, como por exemplo do ensino da língua portuguesa, do atendimento consular, de mobilidade…” garante Paulo Marques. “São assuntos que nos permitem depois podermos fazer recomendações que acharmos essenciais para as nossas Comunidades residentes em França”.

Um dos assuntos mais debatido foi o atendimento consular. “Nós verificamos que os utentes não conseguem marcação rápida de um agendamento. Em Paris há cerca de 6 meses de atraso, noutros Consulados são 2, 3, 4 meses para poderem ter uma marcação para pedirem o Cartão do Cidadão. Verificamos também que os funcionários são cada vez menos nos postos consulares” diz Paulo Marques. “Há promessas que vai haver reforço de funcionários em Paris. Vamos ficar atentos”.

Já Manuel Cardia Lima diz que em Lyon a situação está “praticamente normalizada”. “No meu conhecimento em Lyon há cerca de 2 meses de atraso e não tem havido queixas. Aquilo que eu também sei é que muitas vezes as pessoas marcam mas depois não aparecem” disse ao LusoJornal.

Os Conselheiros de França querem também que haja um trabalho de acompanhamento das associações que solicitam subsídios ao Governo português. “Os dossiers são muito complexos” afirma Manuel Cardia Lima. “Por exemplo, na área de Lyon só uma associação é que teve subsídio. Eu solicitei ao senhor Cônsul que mais do que haver uma formação, é necessário um apoio para preencher os formulários”.

Também o ensino da língua portuguesa foi assunto de debate na reunião dos Conselheiros. “A situação não evoluiu muito nos últimos anos” considerou Rui Barata, eleito em Strasbourg, apesar de constatar que este ano há mais dois professores a lecionar em França. “Mas percebemos que agora o Estado português tem uma forma diferente de utilizar, de forma inteligente, as novas tecnologias, para permitir o ensino e para que a cultura portuguesa possa chegar às pessoas mais longínquas dos centros urbanos. Isso parece-me ser uma boa ideia, mas ainda há aqui muita reflexão a ter” considerou.

Também Carolina Amado, de Toulouse, considerou que há outros pontos positivos e citou o novo Regulamento consular que permite precisamente a promoção do Vice-Consulado de Portugal em Toulouse a Consulado. “Nós pensamos que isso é um ponto positivo porque a Comunidade precisava. Estamos expectantes para perceber quais vão ser as implicações finais para a população, para saber qual vai ser a organização em termos de trabalho que o novo Cônsul vai pôr em prática e de que forma é que isso vai diminuir os tempos de espera”.

Carolina Amado destaca também a abertura de um novo Centro de atendimento telefónico, em Portugal, para todos os postos consulares em França. “Nós pensamos que pode ajudar muita gente que neste momento tem dificuldade em contactar o Consulado, que não obtêm resposta, e vão passar a ter um interlocutor local”.

“Haverá um Centro de atendimento localizado em Portugal, em português e em francês, que irá permitir que todos os Portugueses que pretendem contactar os Consulados tenham efetivamente um atendimento assegurado, porque hoje, o que nós vemos é que uma grande parte das chamadas não são atendidas” reforça por seu lado Rui Barata.

Já na Embaixada de Portugal, os Conselheiros das Comunidades foram recebidos pelo Embaixador Jorge Torres Pereira. “Gostaria de ter uma oportunidade em trocar umas impressões com os Conselheiros e convidei-os a virem até à Embaixada. Queria sobretudo transmitir a mensagem de que a pandemia, se não acabou está a acabar, a vida das associações está a recomeçar e nós esperamos que elas venham a ter a pujança que tinham antes da Covid” diz o Embaixador ao LusoJornal.

Jorge Torres Pereira considerou que deve haver coordenação entre a Embaixada, os Consulados e a Comunidade e garante que as pessoas “acham que foi evidente a vontade de tentar superar as dificuldades durante a pandemia. As pessoas sabem que foram tomadas medidas para que não houvesse um colapso da estrutura económica e para que houvesse um apoio social muito mais significativo do que na anterior crise económica”.

Os Conselheiros dizem que querem continuar a realizar estas reuniões presenciais do CCP França, se lhes forem garantidas as verbas para poderem reunir.

Entretanto, o mandato do Conselho das Comunidades Portuguesas devia ter terminado em setembro de 2019… mas a Secretária de Estado das Comunidades ainda não convocou eleições.

 

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LusoJornal