Cooperação franco-portuguesa acaba com detenção de traficante de armas

O amor pelos cavalos acabou por trair o traficante de armas belga, Jacques Monsieur, que foi detido em Évora em Portugal, após uma cooperação das autoridades francesas, portuguesas e belgas.

Tudo começou em Tarascon, na Provence, em França, onde Jacques Monsieur tinha uma propriedade que vendeu no passado mês de março.

Antes da venda, e devido ao interesse que dedicava aos cavalos, o traficante contratou um criador francês para o transporte de nove animais que se encontravam na antiga propriedade da Provence para Portugal. O preço do transporte dos cavalos foi fixado em 2 500 euros, mas o valor nunca foi saldado.

Este foi o ponto de partida para a investigação das autoridades belgas, com a cooperação das autoridades francesas.

A partir daí ficaram a conhecer o destino dos cavalos, e por consequência de Jacques Monsieur, este aliás já se tinha mudado para as imediações de Évora em Portugal há cerca de um ano.

O Belga de 66 anos, conhecido por ‘Raposa’ e ‘Marechal’, foi detido quarta-feira na herdade do Zambujal, em Évora. Jacques Monsieur foi encontrado escondido num anexo junto ao estábulo onde estavam os cavalos, e não ofereceu qualquer resistência.

Com o apoio das autoridades portuguesas e franceses, um dos maiores traficantes de armas do Mundo foi detido.

Quem é Jacques Monsieur?

Nasceu em 1952 e na década de 70 integrou o exército belga, no qual terá começado o negócio de venda de armas. Tornou-se conhecido por ter fornecido armas para a guerra Irão-Iraque nos anos 80. Desde os anos 80 que vendia armas automáticas, tanques, mísseis e helicópteros para os principais conflitos bélicos mundiais. Enviou armas para o Iraque, Irão, Chade, Guiné , Bósnia, e Paquistão.

Foi condenado a quatro anos de prisão em outubro de 2018 por tráfico de armas e associação criminosa pelo Tribunal de Apelação de Bruxelas. Terá ainda de pagar 1,2 milhões de euros. Em 2010, nos Estados Unidos, Jacques Monsieur já tinha sido condenado a 23 meses de prisão por tentar vender peças de aviões de combate ao Iraque.

 

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LusoJornal