Coprodução portuguesa selecionada para Cannes Classics, secção paralela do Festival

[pro_ad_display_adzone id=”37509″]

 

 

O documentário “O silêncio de Goya”, coprodução franco-hispano-portuguesa, foi selecionado para a Cannes Classics, secção paralela do Festival de Cannes dedicada à história do cinema, através de clássicos restaurados e de produções sobre cinema e arte.

A exibição da cópia restaurada de “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha, e o trabalho da Cinemateca Brasileira, que a administração do Presidente Jair Bolsonaro chegou a encerrar, destacam-se na programação da Cannes Classics, que também evoca os 70 anos de “Canção à Chuva”, de Gene Kelly e Stanley Donen, os 60 de “O Processo”, de Orson Welles, e que escolhe “La Maman et la putain”, de Jean Eustache, como filme de abertura.

“L’Ombre de Goya (par Jean-Claude Carrière)”, dirigido por José Luis López-Linares, resulta de uma coprodução entre as produtoras Mondex, de França, López-Li Films e Zampa Audiovisual, de Espanha, e a Fado Filmes, Portugal.

Este documentário, “uma viagem única ao interior da Grande Pintura e do Grande Pensamento” do “artista e comentador social espanhol mais importante” dos séculos XVIII e XIX, é simultaneamente “um retrato do cineasta e pensador Jean-Claude Carrière”, conhecido escritor e argumentista francês, que morreu no ano passado, e trabalhou com realizadores como Luis Buñuel, Volker Schlöndorff, Jean-Luc Godard e Milos Forman, com quem assinou o argumento de “Os fantasmas de Goya”, em 2006.

Nesta produção, Carrière, “na sua última visita a Espanha”, guia o espetador “através da obra de Goya”, indica a produtora portuguesa.

“’L’Ombre de Goya’ presta, assim, homenagem a Jean-Claude Carrière”, escreve a Fado Filmes sobre a obra, recordando, em particular, o trabalho de quase 20 anos do argumentista com o realizador espanhol Luis Buñuel, “coescrevendo algumas das suas maiores obras, como ‘Belle de Jour’ e ‘Este Obscuro Objecto do Desejo’”.

“O charme discreto da burguesia”, também de Buñuel, “O Tambor”, de Schlöndorff, “Salve-se Quem Puder”, de Godard, “A Insustentável Leveza do Ser”, de Philip Kaufman, são alguns dos mais de 150 filmes escritos por Jean-Claude Carrière, aos quais se junta “O sal das lágrimas”, de Julian Schnabel, a sua derradeira obra.

O documentarista José Luis López-Linares assinou “Bosch, O Jardim dos Sonhos”, dedicado ao mestre flamengo da pintura, e foi diretor de fotografia de “Fados”, de Carlos Saura, também produzido pela Fado Filmes.

A produtora portuguesa cita o crítico John Hopewell, da Variety, que falou de “O silêncio de Goya”, dizendo que mostra Carrière “a fazer aquilo que faz melhor: interpretar génios”: analisa as pinturas “à medida que visita os locais onde Goya viveu e onde as suas obras estão expostas, mas também as associa a Buñuel, seu amigo próximo, traçando um vínculo entre o legado de Goya, o de Buñuel e o do próprio Carrière”.

“O silêncio de Goya”, com distribuição internacional assegurada, tem, em Portugal, apoio da RTP e será distribuído pela Outsider Films.

A secção Cannes Classics, paralela ao festival, anunciou igualmente a estreia da série de Ethan Hawke sobre os atores Joanne Woodward e Paul Newman, “The last movie stars”, homenagens aos atores Gérard Philipe, Patrick Dewaere e Romy Schneider, e a exibição de cópias restauradas de filmes como “A Última Valsa”, de Martin Scorsese, que regista o concerto de despedida dos The Band, e de clássicos como “O adversário”, de Satyajit Ray, “Sciuscià”, de Vittorio de Sica, “O ruivo”, de Julien Duviver, “Jovens e atrevidas”, de Vera Chytilová, e “Viva la muerte”, de Fernando Arrabal.

Serão também apresentados documentários sobre os realizadores Jane Campion e Fernando Solanas.

“Vencedores e vencidos”, projeto documental sobre os Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, que reuniu os realizadores Milos Forman, Youri Ozerov, Claude Lelouch, Mai Zetterling, Michael Pfleghar, Kon Ichikawa, Arthur Penn e John Schlesinger, é outro dos resgates desta secção.

 

Festival de Cannes

O Festival de Cannes cumprirá a 75ª edição de 17 a 28 de maio, abrindo com “Z (comme Z)”, uma comédia de Michel Hazanavicius.

Fora de competição, nas sessões especiais, estará o filme “Restos do Vento”, do realizador português Tiago Guedes, que coassina o argumento com Tiago Rodrigues.

Fora de competição estará também “Tourment sur les îles”, do realizador espanhol Albert Serra, com coprodução minoritária portuguesa pela Rosa Filmes.

Da presença portuguesa no festival, há ainda a assinalar a seleção de “Fogo-Fátuo”, novo filme do realizador português João Pedro Rodrigues, para a Quinzena de Realizadores.

Na Semana da Crítica, outro dos programas paralelos, estarão “Alma Viva”, da realizadora luso-francesa Cristèle Alves Meira, “Ice Merchants”, ‘curta’ de animação de João Gonzalez, e “Tout le monde aime Jeanne”, primeira obra da realizadora francesa Céline Devaux, rodada em Lisboa e com coprodução portuguesa pela O Som e a Fúria.

O filme “Mistida”, de Falcão Nhaga, estará presente este mês no programa La Cinef do Festival, dedicado a obras feitas em contexto escolar.

 

[pro_ad_display_adzone id=”46664″]

LusoJornal