Hércules Cruz, Embaixador de Cabo Verde

Covid-19: “Compreensão e disciplina” entre cabo-verdianos em França

O sentimento geral da Comunidade cabo-verdiana em França, uma das maiores que o país tem no mundo, é de “compreensão e disciplina” face às medidas impostas pelas autoridades francesas, relata o Embaixador de Cabo Verde em França.

“A Comunidade não é homogénea e esta situação impacta as pessoas de forma diferente consoante a sua atividade e o seu estatuto. Há um sentido de compreensão e disciplina pelas medidas em França”, declarou Hércules Cruz, em declarações à Lusa. “Vamos procurando acompanhar mais a vida das pessoas e saber os seus problemas. Os nossos meios de apoio são limitados, mas pelo que conseguimos ver é que há preocupação e ações de solidariedade no âmbito das associações e das pessoas individualmente”, indicou.

O Embaixador alerta que há uma parte da Comunidade que “não é visível” para os serviços de ação social em França e que muitos membros da Comunidade cabo-verdiana trabalham em setores muito afetados pelo confinamento como o setor da construção civil.

A Embaixada e a Missão consular estão atualmente fechadas, com a maior parte dos funcionários a trabalhar em regime de teletrabalho. No entanto, o acompanhamento continua a ser feito em casos urgentes e os telefones da missão diplomática continuam a funcionar como antes. “Muitas pessoas querem saber se podem voltar ou ir ao país de férias, como habitualmente, e temos dito às pessoas, conforme as orientações também em França, que ainda é cedo para marcar viagens”, disse Hércules Cruz, acrescentando que “essa incerteza tem um impacto não só económico, mas também psicológico”.

A Embaixada tem também acompanhado casos de emigrantes em França que estão retidos em Cabo Verde, Cabo verdianos retidos em França que precisam de documentação especial para que o seu visto seja prolongado e ainda Franceses que estão em Cabo Verde e procuram esclarecimentos junto da representação do país aqui em Paris.

À Diáspora, Hércules Cruz pede agora serenidade para lidar com este período de quarentena, mostrando-se compreensivo para quem vive em espaços pequenos, especialmente na região parisiense, onde se concentra uma parte importante desta comunidade. “Pedimos serenidade. Sentimos uma unidade muito grande entre quem está na Diáspora e quem está no país. Compreendemos que estamos num momento singular da Humanidade, mas tal como em outros momentos, este momento tem o seu tempo. O facto de sabermos que haverá um fim, dá-nos esperança”, concluiu.

Cabo Verde totaliza sete casos de infeção desde o início da pandemia, entre os quais um morto. Na quinta-feira, as autoridades cabo-verdianas anunciaram que morreram 12 cidadãos de Cabo Verde no estrangeiro vítimas da doença.

 

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