Covid-19: Cristina Alves diz que a Rádio Arc en Ciel cessou de fazer programas em direto

Cristina Alves é a Presidente da Rádio Arc en Ciel, uma rádio portuguesa em Orléans. Mas neste momento, por causa da Covid-19, a rádio cessou de emitir programas em direto e retransmite a programação da RDP internacional.

 

Como está a passar este período?

Estou em casa. Desde terça, 17 de março, não voltei a sair. No início foi um pouco complicado, fiquei doente há 10 dias com febre e grandes dores de cabeça, foi pânico total. Foram grandes momentos de ansiedade e stress. Somente quando a febre baixou é que consegui aliviar um pouco. Trabalho num laboratório farmacêutico onde fabricamos medicamentos e como não sabemos ao certo o que tenho, mais vale ficar em casa e não contaminar os meus colegas. Normalmente havíamos de ir de férias a Portugal pela Páscoa, mas visto a situação atual, não acho bem ir. Mandaram ficar em casa e devemos obedecer para eles conseguirem vencer e curar ao máximo de doentes. A nível da rádio, tivemos de parar os programas em direto. Seria complicado gerir a passagem dos 35 animadores. Então, para evitar qualquer contágio e preservar a saúde dos animadores, estamos a emitir em direto de Portugal.

 

Está preocupada com a situação atual de pandemia?

Sim, muito. Perante os meus familiares com graves problemas de saúde, os mais idosos, mas também a minha nora que trabalha em meio hospitalar. Mas também perante a economia do país, as pequenas empresas. A minha mãe fala-me do tempo do Salazar e de «Maio de 68» e diz nos…. cuidado, o pior está para vir, não brinquem!

 

Quando esta situação estiver ultrapassada, o que espera do ‘novo mundo’?

Que guardem os fundamentais. Preservar a saúde de cada um de nós, continuar a ter cautela com os familiares, continuar com os gestos simples de limpeza e proteção do planeta. Mas sobretudo, que isto sirva de experiência e nunca mais volte acontecer. Que cada país tenha a oportunidade de poder equipar todas as pessoas de máscaras, vacinas, tratamento, desde o início da pandemia. Sei que ninguém acreditou no perigo que saiu da China, quando um país se encontra face a este género de guerra médica, é primordial de fechar as fronteiras desde o início e a todos.

 

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LusoJornal