Covid-19: Socialistas da Comissão de Negócios Estrangeiros defendem suspensão do crédito à habitação para emigrantes

Os Deputados do Partido Socialista da Comissão Parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas consideram que os emigrantes portugueses devem ser incluídos no processo de suspensão temporária do pagamento das prestações do crédito à habitação, na sequência da pandemia.

Reunidos ontem, por videoconferência, para analisar diversos temas no âmbito da política externa e das Comunidades portuguesas, no contexto da evolução da pandemia de Covid-19, os Deputados socialistas “chamaram à atenção para a necessidade de incluir os emigrantes portugueses na diáspora no processo de suspensão temporária do pagamento das prestações do crédito à habitação, a exemplo do que acontece para os cidadãos residentes no país”.

No comunicado, os Parlamentares lembraram que, “tal como acontece com os residentes em território nacional, também os Portugueses na diáspora estão a enfrentar as consequências económicas e sociais provocadas pelo Covid-19 nos países onde residem e trabalham, pelo que é imperativo que a sua situação seja igualmente considerada pelas autoridades bancárias”.

Na mesma nota, os Deputados do PS naquela Comissão fazem referência à situação particular das Comunidades portuguesas residentes nos Estados Unidos e no Brasil, tendo manifestado “a sua grande preocupação por nesses países se estar a verificar um aumento descontrolado de mortes e infetados, em virtude das medidas adotadas serem contrárias ao esforço de contenção que se tem verificado, por exemplo, em Portugal, com resultados muito positivos”.

Segundo o mesmo comunicado, no decorrer da reunião de ontem foram analisadas também as questões geoestratégicas relacionadas com o futuro das nações no mundo pós-pandemia.

Os Deputados socialistas sublinharam a profundidade das consequências que a crise provocada pela pandemia teve na saúde, na quase paralisação da economia a nível global, na qualidade do clima e na forma espontânea como foram acatadas as restrições.

Por outro lado, destacaram “o recurso a formas de vigilância que põem em causa os direitos e liberdades individuais, não apenas em países como a China, Coreia do Sul ou Singapura, mas também em muitas democracias liberais”.

Assim, dizem estar preocupados “com o futuro das liberdades, direitos individuais e utilização de dados pessoais que, como consequência do combate à pandemia, têm sido postos em causa em diversos países, que têm recorrido aos instrumentos tecnológicos para controlar, monitorizar e restringir os cidadãos”.

Os Deputados chamaram ainda à atenção para o papel da União Europeia na resposta à crise económica e social e para a importância do seu posicionamento estratégico na cena política mundial pós-pandemia.

Os Deputados consideram que a posição e a resposta que a Europa assumirá será “determinante” para garantir o equilíbrio da ordem mundial e, desde logo, “a sobrevivência do seu próprio projeto político e económico”.

Os Parlamentares lamentaram, ainda, “a posição assumida pelos EUA de interromper temporariamente o pagamento das contribuições à OMS [Organização Mundial da Saúde] num período em que todo o mundo combate e sofre com as consequências da pandemia”.

A situação sanitária, económica e social vivida no Irão, “agravada pelas fortes sanções impostas ao regime de Teerão pelos EUA”, foi também analisada pelos Deputados socialistas na Comissão parlamentar, que consideram “fundamental um fim imediato das sanções internacionais para que seja possível ao país combater devidamente os efeitos da pandemia”.

“Para além da preocupante situação sanitária, as consequências económicas e sociais, que se deterioraram com as sanções impostas pelos EUA após terem abandonado o Acordo Nuclear, poderão também ter efeitos muito negativos no agravamento da instabilidade a nível regional”, afirmam na nota.

Assim, pedem “solidariedade e maior atenção da comunidade internacional, em especial da União Europeia, para uma resposta à crise económica e social que se vive no país”, lembrando que a situação que se vive em todo o mundo “não se deve tornar campo de batalha política entre Estados”.

 

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LusoJornal