Lusa / Filipe Farinha

Crianças de Sainte Geneviève-des-bois continuam sem aulas de Português

[pro_ad_display_adzone id=”46664″]

As crianças da escola Yuri Gagarine de Sainte Geneviève-des-bois (91), na região parisiense, continuam sem aulas de português. Desde o início do ano que o professor de português não compareceu e ninguém explica a razão.

Magali Rebelo reagiu aos anúncios que tem lido no LusoJornal e ouvido na rádio Alfa. “Quero mostrar o meu descontentamento” disse ao LusoJornal. “Desde setembro que estou sem nenhuma resposta, sem aulas e segundo a Academia, aguardam a colocação de um professor, mas ninguém sabe de nada”.

Magali Rebelo quer que o filho, Ruben, aprenda português na escola. Já tentou no ano passado, quando a criança estava ainda no CP. Sabia que as aulas de português começavam apenas no CE1, mas tentou que entrasse mais cedo. Disseram-lhe que não. Esperou, preencheu o formulário que a Diretora lhe entregou para este ano letivo, mas não recebeu nenhuma resposta.

Esta é a principal queixa dos pais. “Ficámos sem resposta. Ninguém nos diz nada, nem que sim, nem que não. Não nos contactam” e completa: “é terrível”.

Mas Magali Rebelo não é de ficar à espera de resposta, conseguiu contactar a Mairie, que lhe deu o contacto da Academia. É um autêntico percurso do combatente para ter aulas de Português, “contrariamente à publicidade que fazem” desabafa ao LusoJornal.

Só com o contacto da Academia é que ficou a saber que, afinal, na escola do filho, a escola Tony Lainé, não há aulas de Português, mas a criança pode seguir as aulas de português na escola Youri Gagarine. Os pais compreendem, não é muito longe de casa, mas não compreendem porque razão o filho não estava inscrito se a inscrição tinha sido efetuada dentro dos prazos indicados.

A Académie aceitou a inscrição, claro, e ainda esta tarde confirma que “há mais de 15 alunos inscritos”.

As aulas não começaram, nem em setembro, nem em outubro, nem em novembro, nem em dezembro… e finalmente, nem em janeiro. A interlocutora de Magali Rebelo na Academia também já não sabe o que deve responder. “Dizem-me que a professora em questão estava doente, que se trata de uma doença prolongada e que a Embaixada de Portugal devia proceder à substituição da professora, mas até agora não sabe mais nada”.

“Estamos praticamente em fevereiro, se a Embaixada vai recrutar um novo professor, não o vai fazer no fim do ano, não é?” questiona-se Magali Rebelo.

“Pelo menos que parem de fazer publicidade às aulas de português” sugere, resignada já com “um ano perdido”. Logo ela que queria começar um ano mais cedo.

A interlocutora de Magali Rebelo na Academia vai anunciando que as regras sanitárias não permitem que os alunos de uma escola vão às aulas na outra escola, “por isso, de qualquer das formas, as aulas serão dadas à distância”, mas para uma mãe que gostava tanto que o filho aprendesse a língua portuguesa, esse era o menor dos problemas, assim houvesse um professor.

Habitualmente, a Coordenação do ensino de português em França diz que não pode contactar com os pais das crianças porque as Academias é que têm exclusividade deste contacto, mas neste caso, e dada a falta de informação, é a própria interlocutora da Academia que sugere que Magali Rebelo contacte com a Embaixada. “Já tentou entrar em contacto com eles para lhes colocar a pergunta?”

A única certeza mesmo é que, estamos praticamente nas férias de fevereiro e que, em caso de confinamento, no melhor dos casos as aulas só começariam lá para final de março… Se começarem, claro!

 

[pro_ad_display_adzone id=”38158″]

LusoJornal