LusoJornal | Mário Cantarinha Home Associações Cultura popular: Rancho folclórico Os Amigos de Rueil MalmaisonMário Cantarinha·22 Dezembro, 2022Associações [pro_ad_display_adzone id=”41080″] Nome da associação: Os Amigos de Rueil Malmaison Data de criação da associação: 26 de abril de 2018 Cidade: Rueil-Malmaison (92) Nome do Presidente: Manuel Andrade Nome do Vice-presidente: Victor dos Santos Facebook: Os Amigos de Rueil Malmaison Nome do grupo folclórico: Os Amigos de Rueil Malmaison Região: Arcos de Valdevez Nome do ensaiador: Manuel Andrade (com a ajuda do filho) ______________________ Porque foi criado o grupo? Eu sempre dancei folclore, mesmo com os meus filhos – o mais velho tem 21 anos e começou a dançar folclore quando tinha uns 2 anos. Eu também comecei com essa idade, agora tenho 47 anos de experiência. Já passei por 3 outros grupos de folclore, estava muito bem com todos eles, mas aquele que eu trago no coração é o Barco à Vela de Paris 11, eles ensinaram-me tudo. Depois decidi criar o meu próprio grupo. Não houve nenhuma chatice nem nada. Os meus filhos é que me diziam, pai, porque não crias o teu próprio grupo? E pronto, foi assim, num sábado à noite, tinha um grupo de amigos em minha casa, e tudo começou. Qual é a região que o grupo representa? Representamos o folclore dos Arcos de Valdevez. Eu sou de Fafe, mas sempre dancei o folclore dos Arcos, desde pequenino, desde que comecei a dançar. Sempre dancei esta região de Portugal e adoro estes trajes, sobretudo os trajes de Mordoma. Nós quisemos representar a parte rica de Portugal naquela altura, mas é muito complicado para os trajes, porque custam muito caro. Os mais baratos custam 800 euros e há trajes que vão até 3.000 a 4.000 euros. São trajes que pedem muito cuidado, aliás como todos os trajes. O grupo tem alguma particularidade que se possa destacar? Cada grupo tem o seu ambiente, o nosso ambiente está à vista, cada um tem a sua maneira de trabalhar, connosco há sempre uma grande animação em cima do palco, é sempre assim. Antigamente foram os nossos pais que nos levaram para o folclore e nós tínhamos de reproduzir aquilo. Hoje, os jovens não querem fazer isso, hoje, os jovens vêm porque se querem divertir. Eu conheci o folclore quando o Presidente e o Ensaiador punham-nos em linha e nós não podíamos mexer. Se eu fizer isso aos meus jovens, eles vão-se embora. Ora, eu faço com que eles deixem o máximo possível em cima do palco, mas que tenham prazer. Esse é o nosso segredo. O grupo é federado na Federação do folclore português? Não, não é federado. A minha malta não quer seguir a Federação, eu adoro quando vejo um rancho federado, é lindo, mas eles acham que é muito estrito e não querem. Quantos elementos tem o grupo? Nos ensaios temos 18 pares, mas para as saídas temos uns 14 pares que estão prontos a dançar. Recentemente entrou gente nova e eu estou a ensinar-lhes. A idade daqueles que dançam vai dos 10 aos 24 anos. Depois há gente menos nova, como, por exemplo, o senhor do bombo, ou aquele a quem chamamos de ‘Papi’, é francês, casou com uma mulher portuguesa há 35 ou 40 anos e é maluquinho por Portugal. Foi ele que construiu o seu próprio reco-reco. Eu e a minha esposa temos 50 anos os 2. Temos uma senhora a dançar que tem 60 anos, ela tem uma mentalidade nova, nem parece que vai para a reforma. O grupo já gravou algum CD? Não, nunca gravámos nenhum CD, mas é um sonho que estamos com intenção de realizar. Organizam algum Festival? Nós organizámos uns festivais, mas durante a pandemia nós fomos os últimos a fazer uma festa e agora vamos ser os últimos a voltar a fazer uma festa. Qual a saída que mais marcou o vosso grupo? Nós temos muitas saídas e espero que vá continuar assim, mas há duas saídas que nos marcaram particularmente: a nossa primeira saída, há 4 anos, em Cergy Pontoise, e outra que a minha malta ainda fala nela, em Ivry-sur-Seine. Quais as principais dificuldades que têm? O rancho vai bem, mas para alguns não foi muito fácil. Para nós também foi muito complicado, depois da pandemia passámos quase um ano sem dançar. Entretanto também perdemos alguns elementos, fiquei sem tocadores de concertina. Depois fui obrigado a provocar umas festas para ver se a malta vinha outra vez. A malta habituou-se a não vir dançar, a ficar em casa, foi muito complicado motivá-los outra vez, mas agora está tudo a correr bem outra vez e espero que vá continuar e que não venham outros problemas. Tem apoio da Mairie? Não, não temos nenhum apoio da Mairie, nós somos todos voluntários. E de Portugal (por exemplo via Consulado), têm apoios? Também não temos apoios de Portugal. Qual é o principal sonho do grupo? O meu sonho já está realizado: ver a minha malta em cima do palco e mostrar a alegria que temos de dançar e de representar. Eu estou sempre a dizer que não é o meu rancho, é o nosso rancho, eu sem eles não posso fazer nada. Na sua opinião, como se porta o folclore português em França? Eu considero que as rusgas são muito bonitas, mas eu vou dizer uma coisa que, se calhar, vai ferir muita gente: as rusgas são bonitas, sim senhor, ver esta malta toda nova a dançar… Mas as rusgas foram inventadas pelos lavradores de antigamente, a malta não tinha muito dinheiro para pagar empregados para apanhar o milho, então as rusgas era no fim do dia de trabalho, o dono do sítio metia sempre uma concertina, um jantar, para dizer obrigado às pessoas que lá estiveram a trabalhar. É daqui que vinham as rusgas, três vezes no ano. As rusgas são bonitas, eu gosto, ainda ontem estive numa rusga, mas as rusgas estão a matar um pouco o rancho. Ora, os trajes são tão lindos, da nossa região do Minho até ao Ribatejo, ao Alentejo, estes trajes são tão bonitos, por que razão não estamos a representar estes trajes? Eu não estou contra as rusgas, de vez em quando até é bom haver umas rusgas, mas acho que agora está a haver muitas rusgas. Esta é a minha opinião. [pro_ad_display_adzone id=”46664″]