LusoJornal | António Marrucho

Delegação da Batalha deslocou-se a Arras para assinar Carta de Amizade

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Com a finalidade de criar uma carta de amizade entre a vila da Batalha e de Arras, uma delegação da vila portuguesa composta por Carlos Agostinho Monteiro, vice-Presidente da Câmara, Ana Rita Silva Calmeiro, Vereadora e Joaquim Ruivo, Diretor do Mosteiro da Batalha, deslocaram-se à cidade de Arras entre o 24 e 26 de setembro.

Batalha foi convidada pelo município francês para assistir à comemoração dos 32 anos da germinação com as cidades de Oudenaarde, na Bélgica e Ipswich, na Inglaterra.

Nesta ocasião, Frédéric Letrurque, Maire de Arras, procedeu à assinatura da Carta de amizade com a Batalha, conjuntamente com o vice-Presidente Carlos Agostinho Monteiro. A cerimónia teve lugar no sábado passado, dia 24 de setembro. Estiveram presentes o Cônsul-geral de Portugal em Paris, Carlos Oliveira, e o Cônsul honorário de Portugal em Lille, Bruno Cavaco.

A ideia da aproximação destas duas municipalidades deve-se a algo que data de há um século, na pessoa de Louis Lantoine.

Portugal participou através do Corpo Expedicionário Português na I Guerra Mundial. Após o fim da guerra, soldados portugueses ficaram pela Flandres e aqui criaram família. A fim de apoiar das mais variadas maneiras, foi criado o Consulado de Portugal em Arras, para o qual foi nomeado Louis Lantoine como Cônsul em 1922.

A ação de Louis Lantoine foi notável na defesa de Portugal, dos Portugueses que pela Flandres ficaram ou que vieram para a reconstrução da região. Deve-se a Louis Lantoine obras e melhoramentos no Cemitério militar português de Richebourg, foi igualmente, em parte, graças a ele que o Cristo das Trincheiras foi transportado de Neuve Chapelle para o Mosteiro da Batalha em 1958.

Volvidos todos estes anos, Arras e Batalha trocam mails, mensagens, aproximam-se, visita é feita de 24 a 26 de setembro, outras se seguirão.

Durante a tarde de sábado, a delegação portuguesa assistiu à inauguração, no Musée des Beaux-Arts d’Arras, a uma exposição concebida por Aurore Descamps Ronsin, precisamente sobre o Cônsul Louis Lantoine.

Durante o dia de domingo, os representantes da Batalha visitaram o Cemitério militar português de Richebourg e outros locais relacionados com a I e a II Guerras mundiais.

A manhã do dia 26 começou pelas 10h00 com uma homenagem a Louis Lantoine no Cemitério de Arras. A delegação da Batalha colocou flores em memória do Cônsul em presença de jovens descendentes de Louis Lantoine. Homenagem foi igualmente rendida a Denise Bouquillet, Maire-Adjointe de Arras, falecida a 22 de julho, iniciadora dos intercâmbios com outras cidades europeias, nomeadamente com a Batalha.

Pelas 11h00 – depois das delegações terem visitado a parte mais alta do Beffroi de Arras e de terem avistado toda a cidade e a praça votada pelos Franceses como sendo a praça mais bonita de França – seguiu-se um debate no Hôtel de Ville sobre a troca de experiências, mais precisamente sobre a maneira como são tratadas as pessoas da terceira idade em Portugal e em França. O debate contou com a presença de Fiona Lauriol, escritora e testemunha de experiência vivida com a avó e contada no livro «101 ans Mémé part en vadrouille». A autora com a avó, percorreram países europeus onde descobriram como eram tratados os velhinhos em casas de reforma, pelas famílias… estiveram em Espanha, Itália e Portugal. Um debate muito interessante e rico de ensinamentos, um debate que deverá continuar. O livro está a ser traduzido em várias línguas, um filme vai ser realizado a partir da história contada no livro.

Os três representantes da Batalha regressaram a Portugal com a promessa de que a visita a Arras foi o princípio de algo que todos gostariam de prolongar. A ida de Aurora Descamps Ronsin e da sua exposição sobre o tema “Louis Lantoine, Cônsul de Portugal em Arras, um passador de memórias entre Arras e a Batalha” está anunciada a partir de novembro na Batalha.

 

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