Hester Dijkstra

Dia da Língua Portuguesa: Embaixadora Rosa Batoréu quer dar a conhecer uma das línguas com mais falantes

[pro_ad_display_adzone id=”37509″]

 

 

O Dia Mundial da Língua Portuguesa vai ser comemorado enfim na Unesco porque, desde que foi aprovado em 2019 por aquela organização internacional com sede em Paris, a pandemia de Covid-19 não permitiu que as cerimónias previstas para maio de 2020 e maio de 2021 fossem organizadas. “O que nós vamos fazer em 2022 é bem indicativo do que tem sido o impacto da pandemia nas nossas vidas. Trata-se de ‘pescar’ o programa que esteve preparado para 2020, com uma ausência importante que é a de Cruzeiro Seixas, porque, entretanto, faleceu, mas que deveria ter estado aqui na Unesco para o centenário do seu nascimento” explica a Embaixadora Rosa Batoréu, Representante permanente de Portugal junto da Unesco, em Paris.

As cerimónias do Dia Mundial da Língua Portuguesa começam precisamente com a inauguração da uma exposição com obras do artista surrealista português que morreu em 2020, 25 dias depois de ter completado 100 anos de idade. “Será a maior exposição de Cruzeiro Seixas no estrangeiro e vai manter-se aberta ao público até ao dia 14 de maio, quando tem lugar a Noite Europeia dos Museus. Portanto o público interessado, poderá também, nessa noite, vir à Unesco. E eu incentivo toda a gente a vir porque é uma exposição magnífica”.

Artur Cruzeiro Seixas viveu algum tempo em Paris, mas nunca tinha realizado neste país uma exposição individual. “Ele não é necessariamente muito conhecido no estrangeiro e eu espero sinceramente que com esta primeira mostra aqui em Paris, esse panorama se comece a inverter” diz a Rosa Batoréu ao LusoJornal.

A exposição, patente na sala Miró da Unesco, vai poder ser visitada a partir das 17h00 do dia 5 de maio, até 14 de maio, todos os dias da semana, com exceção do fim de semana, numa colaboração com a Fundação Cupertino de Miranda. Tem artes gráficas, pinturas, colagens, objetos… “a exposição vai fazer a ponte para a língua porque chama-se em português ‘Teima em ser poesia’, e em francês chama-se ‘Résolument poésie’. Ele foi também um grande escritor, um grande poeta, mais uma vez pouco conhecido” afirma a Embaixadora.

A cerimónia comemorativa do Dia Mundial da Língua Portuguesa vai ter lugar na grande sala da Unesco. Será feita uma evocação aos centenários do nascimento dos escritores José Saramago de Portugal, Agostinho Neto de Angola e José Craveirinha de Moçambique. Será também evocado o bicentenário do nascimento do escritor brasileiro Barreto Lima. Mas terá também uma parte musical, com música de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Brasil e Portugal. “Virá do nosso lado a Orquestra filarmónica portuguesa, que trará uma peça escrita por Luís Tinoco, propositadamente para a cerimónia de 2020, e que se chama ‘A canção do trabalho’. A Orquestra vai ser dirigida pelo maestro Osvaldo Ferreira, que é seu fundador e diretor artístico” explica Rosa Batoréu ao LusoJornal.

“Eu acho que o Dia da Língua Portuguesa se destina sobretudo e seguramente aqui na Unesco, a dar a conhecer ao grande público – e não necessariamente apenas ao público que fala português – a existência de uma língua europeia que é uma das maiores línguas em termos de falantes mundiais” diz a Representante permanente de Portugal junto da Unesco. “Se olharmos para as línguas europeias, temos o inglês, o espanhol e o português, em termos de números. E nem sempre esse reconhecimento existe relativamente à importância do português como língua de comunicação global, que se espalha por todos os continentes. Porque temos pessoas a falar português na Europa, em África, na América Latina e na Ásia. Portanto, nós estamos representados enquanto língua e como línguas oficiais, em todos os continentes e isso é importante”.

 

[pro_ad_display_adzone id=”46664″]

 

LusoJornal