Discurso do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas em Beausoleil

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Transcrevemos o discurso do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, durante a celebração do Dia da língua portuguesa, no dia 5 de maio, em Beausoleil (06), na encosta do Mónaco.

A celebração teve lugar no Centro Cultural Prince Héréditaire Jacques de Monaco, em Beausoleil, com intervenções também do Maire da cidade e do Embaixador de Portugal em França, José Augusto Duarte.

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“Nós estamos aqui hoje, num dia tão especial e numa cidade que diz tanto aos Portugueses.

Beausoleil é, eu diria, um cantinho de Portugal, porque a quantidade de Portugueses e Portuguesas que aqui vivem fazem com que esta cidade seja, sentimos, nossa também, numa partilha cultural que significa igualmente que os Portugueses, estejam onde estiverem, conseguem integrar-se bem nas sociedades que os acolheram e Beausoleil é um exemplo, no mundo, de como os Portugueses que vieram aqui para França, aqui para Beausoleil, se conseguem integrar devido às suas qualidades – às suas qualidades humanas, às suas qualidades de trabalho e à sua tolerância, à sua aceitação da diversidade cultural e isto é uma característica que nos marca e é por isso que Portugal, e temos aqui o Senhor Embaixador, que Portugal tem com a França excelentes relações bilaterais.

Somos países amigos historicamente há tantos anos, uma ligação que nos dias de hoje, no século XXI, é fortalecida pela Comunidade portuguesa, porque se há boas relações entre Portugal e França, essas boas relações devem-se muito à Comunidade portuguesa que as fortalece, que acaba por ser a ligação entre os dois Governos assentes, cá e lá, na ligação e na amizade entre dois povos; e esta ligação de uma amizade que perdura, orgulha-nos.

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E poderia falar de três formas de orgulho de todos os tempos:

O primeiro orgulho é que, sejam os Portugueses que aqui estão, os Portugueses que estão a viver em Portugal ou em qualquer outra parte do mundo, estejam onde estiverem, todos nós temos muito orgulho em ser Portugueses e este sentimento por Portugal, o sentimento pelo nosso país, pela nossa cultura, pela nossa identidade, é algo que nos marca, que nos distingue, este orgulho a nível global da portugalidade e o ser português.

Há outro motivo de orgulho e esse motivo de orgulho está aqui à minha frente. Está naqueles que vieram para aqui ou naqueles que já nasceram aqui e que se sentem Portugueses e têm muito orgulho em dizer que são Portugueses e isto é o valor que nós, em Portugal, temos de reconhecer e respeitar; pessoas que tendo saído de Portugal ou não tendo nascido em Portugal, nunca se esqueceram do nosso país. E vou dizer mais, amam mais o país, muitas vezes mais, do que aqueles que vivem em Portugal. E este é um orgulho que obviamente nós sentimos.

E eu, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, quero que todos os Portugueses que vivem no nosso território nacional possam ter também este orgulho que eu sinto cada vez que venho aqui a Beausoleil ou que vá a qualquer região onde vivem Portugueses.

E esse orgulho estende-se ao dia que nós celebramos hoje. Porque eu sei que os Portugueses têm muito orgulho na sua língua. A nossa língua não é apenas uma resolução de letras, resolução de palavras ou de uma construção de frases, a nossa língua tem um património atrás de si, um património cultural que nos identifica enquanto povo, mas a língua, sendo nossa, tenho de vos dizer uma coisa, não é nossa, ou não é só nossa, a língua portuguesa hoje em dia é uma língua global, é uma língua internacional, aliás, nós somos a quinta língua mais falada no mundo, também somos um top 5 da lista das línguas mais faladas ou usadas na internet, somos a língua mais falada do hemisfério sul, somos 260 milhões a falar português e no final do século, diz-nos as Nações Unidas, seremos 500 milhões a falar português.

Isto significa que esta língua é também uma língua de encontro onde se cria um espaço, uma dimensão de encontro com outras culturas. Ainda hoje estivemos numa sala de aula onde as crianças que lá estavam – tínhamos crianças de 10 nacionalidades – quase que podia ser uma arca de Noé. Essa barca é a língua portuguesa porque é nessa barca que embarcam na relação pessoal, amizades de diferentes origens, de diferentes culturas, mas que depois são amarradas, há ali uma cola que as liga que é a língua portuguesa.

É isto que nós queremos continuar a apostar, que a língua portuguesa seja muito utilizada pela Comunidade portuguesa, mas que se possa internacionalizar, que possa ser usada por outras culturas, outras pessoas de outras nacionalidades.

Falar a língua portuguesa como língua de trabalho, como diz o senhor Embaixador, uma língua da ciência, uma língua de investigação, uma língua dos negócios e uma língua que sirva para a Comunidade portuguesa, para que as novas gerações nunca esqueçam Portugal, aliás, eu tenho encontrado jovens que estão a aprender o português porque os avós e os tios que estão em Portugal querem falar com eles e a forma de falar é através da aprendizagem de português.

E é esta ligação a Portugal que nós temos obviamente manter e por isso deixo aqui um desafio neste dia tão bonito para nós, o Dia Mundial da Língua Portuguesa, o desafio que cada um possa ser um promotor da língua portuguesa, um embaixador da língua portuguesa. Como? Falando português.

Muitos aqui têm filhos em casa, falam em português, escrem português, lêm livros portugueses, ouvem música portuguesa e contagiam outros com esta língua que é uma língua, como digo, que sentimos como nossa, mas que nós abrimos ao mundo e damos ao mundo a língua portuguesa para que todos possam conhecer que a língua portuguesa é uma língua que carateriza tão bem as qualidade humanas e humanistas do nosso povo.

Muito obrigado”.

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LusoJornal